domingo, 9 de dezembro de 2012




A manhã estava fria como são as manhãs de Dezembro na Zebreira, levantou-se com cuidado para não os acordar, a neta dava sinais de ir acordar por isso todo o cuidado era pouco. No quintal saboreou o sol de inverno, procurou alguns paus mais pequenos para colocar na pequena lareira da cozinha. Depois do lume aceso foi ao frigorífico buscar o chouriço que tinham comprado na praça no dia anterior e retirou a cerveja que ainda lá estava desde o passado mês de Setembro, quando visitou o pai na altura do aniversário dos seus 89 anos, pegou no pão e cortou umas fatias. O pão da Zebreira feito na padaria do João, amigo das suas filhas, era o melhor pão que conhecia; há bons pães em Portugal mas aquele é diferente para melhor que todos os outros. Sentado na mesa pequenina ao lado do lume ia saboreando aquele pequeno almoço que tanto gostava de fazer ali; não era nem apreciador nem bebedor de cerveja nem compreendia porque gostava tanto daquele pequeno almoço; recuava no tempo na busca das razões que não compreendia e quando deu por si já tinha comido o chouriço e todas as fatias que tinha cortado. O seu pai ainda não tinha chegado do lar para onde um dia decidiu ir e bem. Lar que fica a menos de 500 mt de casa. De casa também não vinha barulho, continuavam a dormir e naquele silêncio com o sol a entrar pela janela como que sentia a mãe entrando na cozinha a arrastar a perna direita sorrindo para ele, como antigamente o fazia quando o via a beber cerveja logo pela manhã ao pequeno almoço.

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