
Pergunto-me,
será que a Democracia que hoje existe não só na América, mas
também pela nossa Europa é a Democracia que um dia sonhámos e
ainda sonhamos ser o melhor dos regimes políticos?
Não
terá sido ela, a Democracia, ocupada lentamente pelos seus inimigos
silenciosos mas poderosos que com os seus agentes de falas redondas
nos entretêm de tantos em tantos anos e, assim nos vão comendo os
miolos, com os seus bens materiais e imateriais supérfluos que sem
os pedirmos nos fazem entrar pelas portas, janelas e paredes de
nossas casas?
Hoje
as paredes já não precisam de ter ouvidos como no tempo da dupla
“Botas e Professor”, nós damos-lhes toda a informação
graciosamente, seja por estas redes sociais ou pela utilização dos
telemóveis. Tudo o que falamos via internet ou telemóvel, os passos
que damos no nosso dia a dia, tudo esta na nuvem ao serviço deles.
A
Democracia acabou por ser o melhor regime político para todos. Uns
porque pensamos e vivemos na ilusão da Liberdade, outros porque
desse modo nos entretém com jogos de poder, nos dão uns amendoins
de terceira para bebermos com uns tintos ou uma minis no tempo de
verão, enquanto eles se passeiam pelos seus novos palácios
combinando entre eles qual a melhor forma de nos continuarem a
iludirem, aumentando quer os volumes de negócios, tão necessários
ao crescimento económico, quer os seus lucros vergonhosos e
usurários alguns mesmo ainda de escravatura.
Ao
andar por aqui quando ainda as sete da manhã vêm longe, sei que ao
não desligar o telemóvel, eles, os invisíveis poderosos e seus
lacaios, se quiserem sabem que pouco passava das seis quando o astro
Rei Sol me convidou a vir até cá, para beber este silêncio, esta
calmaria onde nem os peixes saltam fora de água. Aqui ao desfrutar a
natureza com a minha amiga, ainda não sabia daquela imagem do pai
com a sua filha mortos na margem do rio, apenas porque queriam
emigrar para aquela que um dia nos disseram ser a terra de todas as oportunidades,
queriam... sonhando o pai com um outro futuro para a sua menina…
mas, a terra do Tio Sam nunca foi de oportunidades iguais para todos,
sendo hoje governada por um bando de fanáticos loucos e perigosos
para a Paz no Planeta, um bando onde se poderão contar pelos dedos
das mãos os originários nativos daquelas terras descendentes dos
primeiros “Sapiens” que lá chegaram.
Eu
a minha amiga Sacha e a Natureza da pequena barragem da Toulica num
respeito mutuo procurando a sintonia da vida, coisa que não está fácil.