Dizer que a culpa é deste governo é esquecer o desgoverno
dos anteriores sem excepções desde que entramos na União Europeia. Uns e outros
têm seguido o mesmo padrão de governação. A cobro de se dizerem
sociais-democratas, democratas cristãos, do centro direita, do centro ou do
centro esquerda seguem sem levantar duvidas os ditames de Bruxelas.
Umas vezes
por pragmatismo, outras por bom senso ou de mercado, tocam a mesma música com
instrumentos diferentes. A questão de fundo que os diferencia é uma questão de maestro
e da forma como a pauta alinha as notas musicais que nos vão servindo em nome
do progresso e do bem-estar social.
Quem me dera poder estar fora desta sinfonia musical que me
servem e onde de quatro em quatro anos vou colocar o voto para escolher o
maestro da música. Mas não estou!
Dizem uns que há uma nova pauta de música lá para oriente,
onde os gregos estão gregos para saírem da arena onde se meteram. Dizem outros
que os tais gregos estão loucos e que vão continuar gregos com a gestão da
dívida e das promessas gregas feitas em campanha eleitoral. O frio acentua-se e
os aquecedores vão perdendo a batalha. Mas os gregos continuam a lutar, a
discutir propostas, modelos macroeconómicos. Não sei se vão ganhar ou continuar
ainda mais gregos, o que sei e registo com satisfação é a luta, é a vontade de
mudar as pautas de música usadas por Bruxelas.
A democracia é isto, luta,
discussão e respeito pela vontade do povo expressa em urnas e dos compromissos
assumidos pelo Estado em nome da Nação.
Uma coisa é certa, os gregos vão continuar gregos com a sua
vida, gregos com a Europa e gregos com a gestão da divida. Mas uma coisa é
viver grego sem horizontes e outra é viver grego com um horizonte difícil mas
não intangível.
Cá estamos para ver se os gregos ficam mais gregos ou menos
gregos. Eu registo com apreço a vontade de mudar de pauta, de maestro e de
instrumentos. A ver vamos…
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