Ali mais perto de Espanha que do meu país, na casa onde
nunca estou só ouvi-te.
Não sei como te chamas nem a que categoria das aves
pertences, o que sei é que todas as manhãs mais minuto menos minuto chegavas e
com o teu trinar enchias o céu. Parava o meu trabalho e ficava a ouvir-te, as
dores que a enxada provocava neste corpo não habituado como que deixavam de
existir. Depois voavas e só na manhã seguinte voltavas.
Tão fascinado ficava que só no último dia me lembrei de
trazer comigo a máquina fotográfica e não foi fácil apanhar-te, como que
adivinhavas quando a ligava, batias asas, talvez não gostes de ser fotografado.
Mas lá consegui apanhar-te, chamando pela tua(s) companheira(s). Como não me
ajeito com as inúmeras capacidades dos novos telefones não fui capaz de gravar
o teu trinar, mas não perdi a esperança de no próximo mês te encontrar e quem
sabe ser capaz de gravar o teu cantar.
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