quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Nuvens frias e negras


Estava um frio friozinho de gelar a ponta dos dedos esta manhã quando saí para o passeio com a minha amiga. Ao andar as costuras deram sinal e decidi não ser ainda hoje que vou voltar a ir com a Sacha às aulas de socialização, ela está a precisar, mas o frio… e o sinal, com pena minha mão fui.
Assim, depois do pequeno almoço, sentei-me no sofá. Abri a televisão, vejo o canal sic e depressa fiquei enojado com a forma tendenciosa e selectiva como abordam os assuntos que possam pôr em causa a autoridade do Governo a nível nacional, enquanto que em termos internacionais enaltecem tudo o que possa favorecer os populistas ascendentes de direita, como salvação para o actual estado em que se encontra a democracia em alguns países.
Governos democratas que se dizem da social democracia, do socialismo liberal, da terceira-via e da democracia cristã, face à força financeira dos grandes capitalistas usurários que lentamente os cercam com benesses muitas vezes venenosas, capitulam, cedem, tornam-se fracos perante a opinião pública por se deixarem enredar em negócios duvidosos com amigos, em viagens de trabalho duvidosas, para não falar nas célebres presenças falsas no nosso Parlamento.
Semeia-se com esses maus exemplos o campo de nutrientes que permitem aos amantes saudosistas do pensamento de Mussolini, Hitler, Franco e de Salazar, saírem do casulo de quarenta e poucos anos e mostrarem-se por cá, de caras animadas pelas vitórias eleitorais que ocorrem em países quer na Europa, quer aqui ao lado na Andaluzia, quer nos Estados Unidos e agora no Brasil, onde as palavras do presidente e ministros, dão por cá, alento aos mais assanhados saudosistas, que encontram nas televisões privadas, com os seus programas da treta, e noticiários anti-geringonça, campo fértil para semear as suas ideias salvadoras onde a sua democracia se converterá na lei da rolha, as paredes vão voltar a ter ouvidos, irá aparecer dinheiro para recuperar e voltar a colocar o Forte de Peniche com lotação esgotada num spa à antiga dos anos 60, para a reconversão política dos pensadores e ativistas mais à esquerda no pensamento político.
Oxalá que mais uma vez me engane nos prognósticos, para que os meus descendentes possam viver em democracia livre, onde as oportunidades sejam todos, independentemente do credo religioso e político, numa sociedade mais decente, mais solidária e humanista, por forma a que as funções do Estado não sejam desbaratadas nem postas em causa, por políticos e objectivos políticos contrários ao interesse nacional da nossa economia.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.