sexta-feira, 12 de junho de 2020

Muito nevoeiro no cais


Triste o amanhecer deste dia. Triste pelo constatar de tanto fanatismo à solta e impune entre nós.
O fanatismo anda à solta já há algum tempo. Um andar crescente para o qual Governos, Ministério Público e Autoridades (Polícia e Guarda Republicana) veem tapando os olhos, fechando os ouvidos, sem esquecer o próprio Tribunal Constitucional.
Ao ignorarem os princípios constitucionais, ao não terem coragem de dizer "Basta" aos grupos e grupelhos fanáticos extremistas que actuam impunemente nas barbas da legalidade, dão aso a que estas acções estejam a acontecer para com elas fazerem renascer o que de mais mesquinho existe na mente humana.
Os atentados à História são actos ignorantes do mais absurdo fanatismo. Como tal deveriam ser considerados e julgados como crimes de assassinatos.
Fanatismo cuja origem também poderá ter alguma origem nos muitos e vários Ministérios da Educação que fomos e vamos conhecendo ao longo da nossa jovem democracia. Ministérios onde mentes de «meninos de coro com poder» decidem copiar modelos de ensino de outros países onde se privilegia o egoísmo individualista em detrimento do conhecimento geral sobre o humanismo, sobre a história da própria humanidade. Países bastante mais ricos materialmente que o nosso, mas onde o conhecimento geral é ignorado, não tem valor, tornando grande parte dos seus cidadãos incultos e bestas quadradas. Países sem passado. Povos sem a nossa história de quase novecentos anos. Uma História com muitos momentos de glória mas onde também existiram momentos menos bons dos quais não temos de ter vergonha, porque naquelas épocas o valor da vida humana era muito diferente daquele que felizmente com o progresso e desenvolvimento temos hoje e para o qual os nossos antepassados contribuíram. Os descobrimentos não se fizeram para levar esmolas e hambúrgueres aos povos dos novos territórios. A lei do mais forte estava na ponta das armas alimentada por um conhecimentos que os povos descobertos e colonizados não possuíam. Tudo era muito diferente, mas foi com essas acções e erros que o mundo evoluiu.
Não fazer da História uma disciplina fundamental no nosso ensino leva a que jovens e menos jovens possam ser manobrados e instrumentalizados a cometerem os crimes que vão acontecendo em nome de uma luta antirracista que os leva a serem eles mesmos racistas incultos e presumíveis assassinos nos seus actos extremistas.
Primeiro foi no desporto de massas que é o futebol que o fanatismo encontrou campo fértil para se desenvolver debaixo das barbas quer das Autoridades quer de alguma complacência governativa. Agora saltou para a nossa vida de brandos costumes e publicas virtudes democráticas, chegando aos símbolos históricos da nossa caminhada de quase novecentos anos.
Que se irá seguir se o Governo, o Ministério Publico, as Forças ditas da Ordem Publica e o próprio Tribunal Constitucional continuarem com medo a olhar para o lado?
Sim que se seguirá… voltaremos para trás na História renegando tudo incluindo a nossa língua? Ou iremos ficar só no Portugal dos «orgulhosamente sós» de que tantos salazaristas têm saudades?
A Democracia está doente e não pode ter medo de ser dura com os arruaceiros fanáticos que atentam quer contra a Democracia quer contra a nossa História.

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