Triste
o amanhecer deste dia. Triste pelo constatar de tanto fanatismo à
solta e impune entre nós.
O
fanatismo anda à solta já há algum tempo. Um andar crescente para
o qual Governos, Ministério Público e Autoridades (Polícia e
Guarda Republicana) veem tapando os olhos, fechando os ouvidos, sem
esquecer o próprio Tribunal Constitucional.
Ao
ignorarem os princípios constitucionais, ao não terem coragem de
dizer "Basta" aos grupos e grupelhos fanáticos extremistas
que actuam impunemente nas barbas da legalidade, dão aso a que estas
acções estejam a acontecer para com elas fazerem renascer o que de
mais mesquinho existe na mente humana.
Os
atentados à História são actos ignorantes do mais absurdo
fanatismo. Como tal deveriam ser considerados e julgados como crimes
de assassinatos.
Fanatismo
cuja origem também poderá ter alguma origem nos muitos e vários
Ministérios da Educação que fomos e vamos conhecendo ao longo da
nossa jovem democracia. Ministérios onde mentes de «meninos de coro
com poder» decidem copiar modelos de ensino de outros países onde
se privilegia o egoísmo individualista em detrimento do conhecimento
geral sobre o humanismo, sobre a história da própria humanidade.
Países bastante mais ricos materialmente que o nosso, mas onde o
conhecimento geral é ignorado, não tem valor, tornando grande parte
dos seus cidadãos incultos e bestas quadradas. Países sem passado.
Povos sem a nossa história de quase novecentos anos. Uma História
com muitos momentos de glória mas onde também existiram momentos
menos bons dos quais não temos de ter vergonha, porque naquelas
épocas o valor da vida humana era muito diferente daquele que
felizmente com o progresso e desenvolvimento temos hoje e para o qual
os nossos antepassados contribuíram. Os descobrimentos não se
fizeram para levar esmolas e hambúrgueres aos povos dos novos
territórios. A lei do mais forte estava na ponta das armas
alimentada por um conhecimentos que os povos descobertos e
colonizados não possuíam. Tudo era muito diferente, mas foi com
essas acções e erros que o mundo evoluiu.
Não
fazer da História uma disciplina fundamental no nosso ensino leva a
que jovens e menos jovens possam ser manobrados e instrumentalizados
a cometerem os crimes que vão acontecendo em nome de uma luta
antirracista que os leva a serem eles mesmos racistas incultos e
presumíveis assassinos nos seus actos extremistas.
Primeiro
foi no desporto de massas que é o futebol que o fanatismo encontrou
campo fértil para se desenvolver debaixo das barbas quer das
Autoridades quer de alguma complacência governativa. Agora saltou
para a nossa vida de brandos costumes e publicas virtudes
democráticas, chegando aos símbolos históricos da nossa caminhada
de quase novecentos anos.
Que
se irá seguir se o Governo, o Ministério Publico, as Forças ditas
da Ordem Publica e o próprio Tribunal Constitucional continuarem com
medo a olhar para o lado?
Sim
que se seguirá… voltaremos para trás na História renegando tudo
incluindo a nossa língua? Ou iremos ficar só no Portugal dos
«orgulhosamente sós» de que tantos salazaristas têm saudades?
A
Democracia está doente e não pode ter medo de ser dura com os
arruaceiros fanáticos que atentam quer contra a Democracia quer
contra a nossa História.
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