quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

22.01.31

Pergunta-lhe a sua sombra se está satisfeito e confiante com os resultados saídos das eleições?

Caminhava na manhã fria e cinzenta passeando a Sacha que indiferente tudo cheirava para se certificar de coisas que só ela saberá.

Caminhava pensando na questão levantada pela sua sombra. Nos últimos tempos afastou-se do modo de fazer política do PS. Há por lá gente importante no partido que lhe provocam vómitos; gente sem coluna vertebral que pelos benefícios do poder dão tudo sem olhar à ética política. Não gosta do líder. Não lhe dá o benefício da dúvida, desde que por estratégia pessoal não acreditou que pudesse haver uma personalidade na designada esquerda que fizesse frente ao Presidente de direita, optando por apoiar a recandidatura do Presidente de direita campeão na intriga, comentador “popularucho”, ao segundo e felizmente último mandato. Político que tem medo de uma possível derrota presidencial, não lhe incute respeito. Por outro lado é melhor uma maioria do PS que de uma coligação de direita. Não é que a diferença seja grande mas a classe média originária da média burguesia intelectual, ainda tem algum peso no partido em questões sociais e humanistas. Sempre é mais suave na implementação das medidas liberais e neoliberais que Bruxelas nos impõe. Há muito que a troco de dinheiros vamos cedendo a nossa independência aos políticos e burocratas liberais de Bruxelas. E, nesta questão tanto faz o PS como o PSD com seus aliados. Todos se curvam com as calças em baixo perante Bruxelas.

Somos um país europeu. O nosso lugar é na Europa na atual União Europeia. É lá que devemos estar de cabeça levantada e não dobrados com as calças em baixo. Olhemos para cima, para o norte da Europa, da União Europeia, países governados ora por conservadores, ora por trabalhistas sociais-democratas, integrando a União Europeia, com um Estado Social robusto e economias que vivem e crescem sem se endividarem até à fronteira com a insolvência. Pensemos nos porquês, nas diferenças de como uns fazem política em benefício do Estado, enquanto que por cá é o que sabemos, vão para a política para dizerem "amém" ao chefe na esperança de poderem beneficiar o seu umbigo com o próprio Estado. Caminhando mais cético que confiante, acabou por responder à sua sombra que, a procissão ainda não chegou ao adro, vamos aguardar pela composição do novo Governo, vamos com calma aguardar pelo novo orçamento, pelo novo programa de opções. Até lá vamos ficar atentos às mutações políticas que irão ocorrer. Há na economia problemas graves em curso, que exigem atenção, sem descurar os o que nos corredores do poder se passará com o lítio, com o hidrogénio… etc. Depois, os nossos empresários mais saudosistas e amantes do ultra-liberalismo vão aguardar o que dirá o vidente do Poço de Boliqueime sobre a atual situação político-económica.

De positivo estas eleições, com o seu tempo de pré-campanha e campanha, só o silêncio do "comentador-mor" com as suas dicas e intrigas palacianas rodeado de fiéis jornalistas.


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