quarta-feira, 1 de maio de 2019

1º de Maio


 1 de Maio, dia do Trabalhador, feriado nacional após o 25 de Abril.
No outro tempo, no tempo da ditadura do Estado Novo salazarista, era proibido festejar este dia de trabalho normal. Nas vésperas do 1 de Maio os esbirros da policia fascista da pide-dgs, entravam nas casas sem mandatos de captura e, prendiam quem eles achavam que eram possíveis agitadores do pecado que era “amar a Liberdade festejar o 1 de Maio”.
Mobilizados e atentos os esbirros, os eunucos e os bufos da pide-dgs viviam o 1 de Maio em constante alerta não fosse o diabo tecer algum ajuntamento de mais de 3 pessoas na rua, que já era considerado como uma manifestação ao serviço dos inimigos da pátria. Quando no final do dia de trabalho os mais audazes se juntavam para dar vivas e homenagear a luta dos trabalhadores por melhores condições, lá aparecia de imediato a celebre policia de choque comandada pelo famoso capitão, com os seus canhões de água com tinta por forma a que depois os esbirros, os eunucos e os bufos da policia fascista pide-dgs pudessem identificar mais facilmente todos os audazes que tiveram a ousadia de ao serviço dos inimigos da pátria, alterar a paz da ordem publica.
Se passados estes 45 anos o país festeja o 1 de Maio com um dia de feriado, deve-se aos militares que fizeram o 25 de Abril, e não tanto aos políticos civis que nos governaram com palavras redondas.
Se o país tivesse aprendido com as lições do seu passado histórico e tivesse aprendido a ser Solidário pelo menos um dia no ano, hoje dia 1 de Maio, dia do Trabalhador fazia um enorme manguito às promoções e descontos que as cadeias de supermercado nos propõem para este dia, não fazendo um compra de 1 cêntimo sequer nessas lojas.
Mas o país não aprendeu a ser Solidário.
Governantes de falas redondas, uns mais redondas e mansas que outros, tem uma comunicação social de sentido quase único, embora pertença de grupos capitalistas diferentes que se fazem passar por concorrentes apenas nas receitas e não nos conteúdos.
Comunicação social pública e privada que gosta de espalhar e difundir o medo o pânico, que cultiva o individualismo como forma suprema da felicidade, promove o analfabetismo fazendo da miséria cultural programas de audiência garantida, dá tempo de antena aos fanáticos saudosistas do 1 de Maio do Estado Novo.
No futebol usa-se muito as expressões “a equipa pôs-se a jeito” ou “pusemo-nos a jeito” quando se sofre golos e se empata ou perde.
A política também engloba o futebol. O país pelas mãos invisíveis de alguns que desde a madrugada redentora de 25 de Abril de 1974 não dormem, vestindo muitos deles fatos finos de democratas, parece que se esta a por-se a jeito de voltarmos ao 1 de Maio do antigo Estado Novo em moldes diferentes é claro.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.