
Eram
felizes no seu acasalamento, esperando o casal de milheirinhas (nome
que por aqui se dá ao chamariz) que a mãe natureza lhes
proporcionasse as condições para em conjunto construírem o seu
ninho. Com o saber que não está ao alcance dos humanos, com o
trabalho do saber, de escolherem os elementos certos para tal tarefa, construíram-no sem manuais técnicos e, em felicidade cantando o
macho musicas dessa felicidade, a fêmea pôs os quatro ovinhos, para
que deles pudessem nascer suas crias para a difícil liberdade dos
tempos que correm. E, felizes continuavam a sua tarefa revezando-se
para com o seu calor produzir a transformação milagrosa da gema e
da clara em novos seres da sua espécie de aves, até que um dia,
inesperadamente chega um estranho humano ao local que eles imaginaram
ser o seu paraíso momentâneo para a procriação. Com o humano
chegou outro animal de quatro patas que ladra por tudo e por nada que
lhe seja estranho. A vida feliz foi interrompida, o paraíso ficou
tão escuro que logo os dois resolveram abandonar a tarefa milagrosa
e partir para um outro local onde de novo lhes parecesse ser um local
seguro para executarem o milagre da vida, deixando para trás a
esperança milagrosa de quatro novas vidas.
O
ninho com os ovinhos lá esta. Mas onde antes havia felicidade, hoje
o frio dos ovinhos é triste, dá pena que eles não tivessem
continuado a ajudar com o seu calor o milagre da transformação em
novas vidas. O estranho humano e o mais estranho animal de quatro
patas, não lhes fariam mal, ficariam também eles felizes com a
alegria do canto e do sossego em ninho, mas eles foram-se e mais dia
menos dia assim como chegaram também eles se vão embora deixando
com saudade que o sossego e a calma voltarão aquele quintal, na
certeza de que a feliz alegria não vai votar porque os seus
elementos já habitam outro local. Contudo, o humano e a sua amiga de
quatro patas pensam voltar no próximo mês em tempos de Lua cheia.
O
que é a vida? O que é a felicidade? Onde mora a verdade?
Tantas
as perguntas e muito mais as duvidas. Até um dia…
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