Fui
um pai ausente
O
como e o porque pouco interessa, fui ausente e pronto,
afinal sempre vivi agarrado ao meu umbigo. Sempre deixei as
filhas em casa dos avós e de amigos para ir divertir-me
para a noite, para ir fins de semana com a mãe passear
conhecer outras terras, outras gentes e hábitos. No verão o
mês de férias na praia da Consolação quase nunca era
vivido pois como vivi mais interessado com o meu umbigo ou
não havia dinheiro ou já não tinha dias que chegassem de
férias para poder dar o mês de praia às filhas. Coisas de
um pai ausente.
Um
pai, que nunca se importou em dar estudos às filhas, que
nunca acompanhou os estudos, as notas, que nunca permitiu que
as filhas tivessem explicações, que pudessem fazer férias em
Inglaterra para desenvolver a língua, um pai ausente apenas
interessado no seu umbigo, na sua vida profissional para que
nunca faltasse nada em casa, onde nunca chegava pois gastava
o mesmo sem dar nada às filhas… afinal um pai ausente é
isso mesmo, ausente, que nunca se importou com a evolução da
vida das filhas, que não lhes proporcionou condições para
estudarem, que sempre impediu que as mesmas não participassem
nos gostos que a mãe tinha para elas, ginástica, canto, etc,
etc...
Um
pai que passou ao lado da puberdade das filhas, que
alimentou vícios de gastador compulsivo, gastando todo o
dinheiro que ganhava dos avós e até o dinheiro que não era
seu, mas que estava à mão… um pai que não soube ouvir as lamentações das filhas, não soube conversar e aconselhar… um pai ausente sempre.
Ausente é ausente e ponto final parágrafo, levando mais um soco no estômago.
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