sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Pai ausente


Fui um pai ausente
O como e o porque pouco interessa, fui ausente e pronto, afinal sempre vivi agarrado ao meu umbigo. Sempre deixei as filhas em casa dos avós e de amigos para ir divertir-me para a noite, para ir fins de semana com a mãe passear conhecer outras terras, outras gentes e hábitos. No verão o mês de férias na praia da Consolação quase nunca era vivido pois como vivi mais interessado com o meu umbigo ou não havia dinheiro ou já não tinha dias que chegassem de férias para poder dar o mês de praia às filhas. Coisas de um pai ausente.
Um pai, que nunca se importou em dar estudos às filhas, que nunca acompanhou os estudos, as notas, que nunca permitiu que as filhas tivessem explicações, que pudessem fazer férias em Inglaterra para desenvolver a língua, um pai ausente apenas interessado no seu umbigo, na sua vida profissional para que nunca faltasse nada em casa, onde nunca chegava pois gastava o mesmo sem dar nada às filhas… afinal um pai ausente é isso mesmo, ausente, que nunca se importou com a evolução da vida das filhas, que não lhes proporcionou condições para estudarem, que sempre impediu que as mesmas não participassem nos gostos que a mãe tinha para elas, ginástica, canto, etc, etc...
Um pai que passou ao lado da puberdade das filhas, que alimentou vícios de gastador compulsivo, gastando todo o dinheiro que ganhava dos avós e até o dinheiro que não era seu, mas que estava à mão… um pai que não soube ouvir as lamentações das filhas, não soube conversar e aconselhar… um pai ausente sempre.

Ausente é ausente e ponto final parágrafo, levando mais um soco no estômago.

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