
Foi
bonita a festa Mano. Naquela que foi a tua casa de trabalho,
estudo, investigação e criatividade durante 45 anos deixas saudades
a muitos dos teus alunos, dos teus colegas professores, alguns dos
quais ensinaste e influenciaste pelo teu amor e dedicação ao estudo
da economia em geral e da moeda em particular, que se bem me lembro
começou logo no primeiro ano do ISEG com idas até à Biblioteca
Nacional onde já procuravas ler sobre o tema da moeda. Gostei de
ouvir o teu colega professor dizer que quando te conheceu então como
aluno guarda até hoje a tua frase no dia de apresentação "Eu
sou um Monetarista".
Para
acabar te digo que ao ouvir atentamente a tua última aula enquanto
docente dessa escola, faculdade, universidade, acabei por compreender
algumas das tuas posições ao longo do nosso tempo de vida em que ao
ouvir-te
falar, pensava eu para
mim que
andavas nas nuvens fora da realidade do dia a dia cá na terra. Como
me enganei. Afinal em vez de andares lá por cima navegando entre
papéis, livros e teorias, andavas, andaste cavando com as tuas
enxadas e mais recentemente lavrando com
o
teu descapotável sempre na procura das sementes que façam a ponte
da Moeda à Macroeconomia segundo o teu pensamento "monetarista".
Depois
ao deslizar calmamente pela A1 veio-me à memória dois
acontecimentos que de certo modo influenciaram a tua vida. O primeiro
ocorreu em Peniche. Estávamos no terceiro ano do curso geral de
comércio quando depois do primeiro período chegou aquele jovem
contabilista para lecionar a cadeira de Contabilidade Geral. Foi ele
com as suas histórias e
lições nos
fez pedir aos pais para em vez de irmos para o Magistério Primário
como era ideia deles, nos deixassem ir para o Instituto Comercial em
Lisboa. O
segundo prende-se com o final do teu curso e a vontade de dares
aulas. Querias ser assistente de métodos quantitativos mas os do MES
barraram-te a entrada, optando tu por ires para Coimbra onde acabas
não só por realizar a tua carreira de forma brilhante mas também
encontrares a Adelaide Duarte que ao longo de todos estes anos foi a
tua companheira, a tua ancora de todas as horas de todos os momentos.
Também ela uma excelente professora e
orientadora,
segundo antigos alunos vossos que fui encontrando aqui pela cidade
grande de Lisboa, não sabendo eles que eu era vosso
irmão.
No
final foste agraciado com uma prenda oferecida pelos teus colegas e
amigos para que possas continuar a melhorar o teu agradecimento aos
deuses Dionísio e Baco e
inspirado
por deuses tão especiais continuares
a vida no teu ritmo, na
tua pedalada certa.
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