quinta-feira, 6 de julho de 2023

10.06.23

 

Ontem foi dia de ir até à Central Rodoviária de Sete Rios esperar a sua neta Maria que veio de Peniche para com ele ir andarem pela Feira do Livro de Lisboa. Pediu-lhe a neta que fossem comer no mesmo restaurante em que no passado mês de Setembro tinham almoçado, aquando da sua primeira visita com o avô à Feira do Livro, é que gostou de comer lá e já há uns tempos que não come sushi de que tanto gosta. Meteram-se no Metro e lá foram à Av. de Berna comer, a neta as variedades de sushi que gosta e ele que não é fã daqueles sabores ficou-se pela comida tipo chinesa. Voltaram depois para iniciarem o sobe e desce entre pavilhões de editores e alfarrabista, com a neta a saber que livros desejava e ele buscando alguma oportunidade nos livros do dia, assim como procurando encontrar os livros que os netos mais novos, com 8 anitos, gostam de ler. Sente-se feliz por os netos gostarem de ler livros, sendo a sua neta Maria uma leitora quase compulsiva, descobrindo que os dois mais novos gostam de ler banda desenhada. Até a sua neta Maria se admirou de a irmã Luísa gostar de ler banda desenhada, já que ela nunca gostou desse tipo de livros.

Enquanto a neta escolhia ou ficava apreensiva a ler alguns livros de autores que ela conhece com receio de estar a fazer o avô gastar muito com os livros que ela gostava de comprar, já o avô a incentivava a decidir-se, dizendo-lhe também que mesmo não comprasse de imediato a coleção, que se ela gostasse do primeiro que ele poderia depois encomendá-los à “Livraria Lápis de Memórias” em Coimbra onde compra seus livros.

Caminhava atrás da neta e dava conta como ele tinha mudado. Quando foi pai, se as filhas lhe tivessem pedido para comprar aquele tipo de leitura, talvez se intrometesse nos gostas das filhas e não lhos comprasse, para agora aceitar e incentivar as escolhas da sua neta. O mundo muda a cada instante e ele também vai mudando, aceitando os outros como são, com a consciência plena que mesmo sendo “tresmalhado do rebanho” não ganha nada em opor-se à corrente, apenas pode serenamente ir procurando remar a favor da mesma com a esperança de que mais à frente possam deixar a corrente e começar a andar por outros caminhos em busca de um modo de vida mais decente no agora inexistente futuro.

Quando já iam na segunda volta, ele ia olhando para as pessoas que por eles passavam e se cruzavam na esperança de nelas poder encontrar a ausência como um dia lá atrás no tempo andava ele na feira que se realizava na Avenida da Liberdade quando ela toda sorridente foi ao seu encontro indo graciosa e sorridente para a festa da sua paróquia. No meio da multidão que à medida que a tarde avançava ia aumentando só ele via o sorriso que procurava, numa teimosia que sabe não ter lógica nem sentido.

Quando a camioneta do Expresso partiu rumo a Peniche levando de volta a sua neta, também ele foi apanhar o comboio suburbano para voltar com o saco dos livros, pois este ano comprou mais livros do que na feira do ano passado.


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