Continuamos
com a saga do frio. Só nos falam do frio que parece estar sempre
para chegar. Sobre a chuva que não cai nem uma palavra. Sobre a seca
que perdura nem uma opinião ou ideia. Apenas frio e frio.
Ao
sair espreitei o céu por detrás dos cogumelos de betão, olhei a
Estrada Nacional 10, o telhado do supermercado e fui como o faço
todos estes dias de inverno quando não chove. O frio esperava-me na
rua para me fazer companhia na minha caminhada. Um frio de Fevereiro
normal sem geada fora da zona habitacional, um frio verde, qual
amarelo e muito menos branco.
Ligo
a televisão e lá sou bombardeado com as histórias do frio.
Políticos de vários matizes aproveitam o frio e fazem da miséria
vergonhosa que é a existência de sem abrigos nas suas cidades
acções de caridade piedosa, só faltaram as selfies. Tudo serve
para promoções televisivas.
Como
só consigo ver um canal de cada vez, não consegui saber se os da
SIC tinham dado imagens ou notícias ontem sobre aquilo que eu
considero uma boa notícia para a nossa economia. Nos jornais
matutinos apenas o pasquim que usa o I como identificação, fala mas
de uma forma negativa a mostrar o azedume e a raiva perante uma boa
notícia. Efacec, a maior empresa no seu ramo, capitalizada e salva
depois de vários anos a ser gerida por amiguetes da política
caseira, foi capitalizada há bem pouco tempo pela empresária angolana Isabel dos Santos, continua com o saber e a inovação das suas gentes
a trabalhar e a inovar, inaugurando mais uma unidade de produção,
um investimento de milhões, que lhe permitem continuar na frente do
pelotão nesta quarta revolução industrial. Talvez se o maior
accionista, que é a Isabel dos Santos, fosse chinês ou americano e
em vez de apenas lá ter estado e bem o Ministro da Economia, lá
estivesse todo o Governo com o Presidente da Republica na primeira
fila. Para os nossos lideres comunicacionais o capital também
incorpora preconceitos tristes.
Além
do frio, aí temos a fazer primeiras paginas o pequeno candidato a
ditador narcisista de Alvalade a bombardear-nos com as suas tristes
ideias de poder quase absoluto «eu sou o salvador, sem mim não há
nem Sol nem Lua só o Diabo, só e apenas comigo a bola é redonda e
o verde é a cor da esperança». Será que o pequeno candidato a
ditador narcisista não percebe que esta a fazer um grande favor ao
seu vizinho da segunda circular, a quem infelizmente chama de
inimigo, ou será que também ele estará à espera de um telefonema…
Triste sorte a de muitos sportinguistas que acreditam e vão atrás
do populismo barato e perigoso do pequeno candidato.
Outra
imagem triste é a figura que um Ministro que se diz do Ambiente
continua a fazer com o problema da poluição do Rio Tejo. O rio, as
populações ribeirinhas, o cidadão comum, o ambiente o que
gostariam de ter era há muito políticas firmes que obrigassem as
industrias e os conselhos ribeirinhos a só poderem lançar no rio as
águas residuais devidamente tratadas das suas ETAR’s.
O
seu colega do anterior governo tratou muito mal a questão ambiental
mas safou-se como o ministro do saco de plástico e lá foi promovido
para um bom tacho. Esperávamos que também no seu ministério
pudesse haver mudança de agulha, reversão nas políticas seguidas
pelo anterior governo, mas tudo parece continuar na mesma, em nome de
uma falsa concorrência onde tudo se permite aos empresários e seus
agentes mais gananciosos, poderosos, face aos empresários que
cumprem as disposições sobre a defesa do ambiente, e assim se matam
impunemente ecossistemas de valor incalculável.
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