quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018


O rio Tejo e a poluição
As empresas poluentes nas margens do Rio Tejo só o são porque o poder central e autárquico tem sido ao longo dos anos fraco e mole. Hoje em dia há tecnologia que trata as águas residuais de qualquer industria ou autarquia, só que essa tecnologia custa dinheiro que as ditas entidades privadas e publicas não se mostram disponíveis para nelas investirem. Uns por usura e ganancia do lucro, outros porque a manta orçamental é curta e os recursos são desviados para outras finalidades.
As celuloses podem e devem continuar a trabalhar mas têm de ser obrigadas a tratar os seus efluentes antes de os poderem lançar ao Tejo. Já na década de 80 visitei uma fábrica de produtos farmacêuticos a norte de Paris, onde um emigrante português nos explicou a forma como os efluentes eram tratados e no final da ETAR ele bebia um copo dessa mesma água tratada. Cá, nessa mesma época, os produtores de produtos farmacêuticos na cintura de Lisboa, mandavam tudo pelo esgoto publico porque essa era a solução mais fácil, barata e possível em alguns casos. De então para cá a tecnologia e os métodos de tratamento das águas residuais evoluíram muito.
Não sou produtor de eucaliptos, só tenho meia dúzia de oliveiras centenárias algumas, mas não sou fundamentalista contra o eucalipto nem contra as empresas que o transformam e produzem a pasta e o papel. Hoje, repito, há tecnologia e saber para que a poluição nessa industrias seja reduzida quase a zero, só que é preciso investir e respeitar o ambiente. Os lucros obtidos pelas empresas em causa demonstram que podem e devem fazer esses investimentos, antes de lhes ser vedada a autorização de lançarem um litro que seja de água não tratada no leito do Rio Tejo.
Depois se o Rio Tejo falasse haveria muitas autarquias ao longo do seu percurso até a foz a ficar muito mal na fotografia da sua história. Como o poder autárquico ao longo das margens do rio é maioritariamente afeto ao PS e à CDU com algumas ilhas afetas ao PSD são mais estes autarcas e bem, que falam da poluição no Rio Tejo com visibilidade televisiva, enquanto os outros tentam passar despercebidos entre as águas chorosas do Rio.

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