quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

O Medo


Com a idade vão aparecendo as maleitas, as dores e outras mazelas quer físicas quer mentais. Com a idade ficamos mais sensíveis aos medos. Medos quer das doenças e outras maleitas quer dos outros medos que os senhores, donos do mercado, nos infundem a toda a hora com notícias tão ou mais alarmantes do que o perigo em si mesmo. Claro que devemos ter sempre cuidados com a própria saúde, com a falta dela ou com os surtos e epidemias que ciclicamente aparecem e nos querem visitar, pondo em perigo a nossa velha companheira de viagem que é a saúde.
Uma coisa é termos cuidado, evitarmos situações de risco que possam tornar o nosso sistema imunitário mais vulnerável do que a própria idade o vem tornando. Outra coisa é deixarmos que o medo de podermos ser vítimas dos desconhecidos fungos, bactérias e vírus, tome conta de nós fragilizando-nos mentalmente ao ponto de termos medo de sair à rua, medo de andar em transportes públicos com outras pessoas que usam máscaras para respirarem, medo de ir a um hospital publico, de ir ao centro de saúde com medo dos doentes que possam lá estar. Medo até de ter medo.
O não ao medo é necessário e urgente, pois o medo é um outro vírus, velho mas em constante renovação. Um vírus para o qual a cura depende mais de nós próprios do que de todos os meios que o Serviço Nacional de Saúde ou das próprias forças de segurança tenham à nossa disposição.
O medo é o vírus que os donos do mercado espalham quase em continuo através dos seus fiéis órgãos de comunicação. Um vírus para o qual não há vacina disponível a não ser a nossa própria capacidade de resistir de lhe dar um pontapé no cú mandando-o às urtigas mais venenosas que existem.

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