Não
entendo o barulho, o ruído à volta do IVA da electricidade. Eu sei
que 6 é diferente de 23. Eu sei que aplicando os seis por cento que
se pagará menos no custo total factura. Eu
sei que essa descida na taxa
poderia dar para mais uns tostões de poupança no parco rendimento
de muitas famílias. Mas também sei que esse IVA não é o factor
principal no custo da electricidade que suportamos como se fossemos o
povo mais rico da União Europeia e arredores. O problema vem de
trás, é mais velho ou da mesma idade que a aplicação da taxa
máxima do IVA à electricidade. O
problema, a causa, foi de certo modo a ganância
o enorme erro de políticos
aquando da entrega a preços de saldos das nossas empresas publicas
estratégicas ao capital estrangeiro. O problema a resolver ontem que
hoje é tarde são as “Rendas” que temos de pagar aos
monopolistas ususrários a quem entregámos as nossas empresas
estratégicas, repito.
E
o que se passa na electricidade passa-se nas telecomunicações sem
esquecer todas as outras.
Mas
por populismo barato porque falar do IVA pode dar votos, eles
entretêm-nos e dividem-nos escondendo o medo de mexer nas
famigeradas “Rendas”. Dizem escondendo-se medrosos
os que governam que essa
acção de renogociar os valores das “Rendas” poderia por em
causa a imagem do nosso País nos
mercados estrangeiros.
Quer dizer, em causa perante
os grandes capitalistas e os fundos tão fundos que em muitos nem a
nascente do fundo é conhecida.
Já
saímos do espartilho que a santa aliança FMI-UE nos fez viver sob
as erradas previsões efectuadas
por altos cérebros de
competentíssimos quadros
insensíveis ao sofrimento
humano. De cábulas passámos a bons alunos, continuando contudo
na cauda do pelotão europeu
com o carro de vassoura sempre
à vista lá atrás.
Temos
governantes que nacionalizaram um buracão de
fundo abissal chamado BPN e
deixaram nas mãos duvidosas dos
accionistas os
bens tangíveis e intangíveis
que os enriqueceram
à custa das falcatruas e vigarices efectuadas pela gestão do banco.
Temos governantes que nos enganaram com cara de hóstias
e promessas de santinhos com
o BES, com o BANIF. Governantes
que nos continuam a pedir
sacrifícios para continuarmos a pagar não só o IVA a 23% na
electricidade mas em todos os bens e
serviços a ela, taxa, sujeitos; porque
quando a meio de um exercício económico
lá atrás os governantes
de então alteraram
a taxa de IVA de 17 para 19 por cento era, disseram-nos, que
temporário para o reequilíbrio
das contas do Estado. Dos 17,
depois 19, já vamos em 23
por cento, porque as contas nunca estão equilibradas.
E mesmo que deitem foguetes
por apresentarem previsão de excedente orçamental as contas
continuarão desiquilibradas, sendo
que o mesmo desequilíbrio
não é em si nenhum mal, antes uma quase necessidade crónica
do modelo económico
consumista
seguido. E tudo isto infelizmente para continuarem
a meter milhões em bancos privados. Será
que é também por causa da imagem do País no
exterior que metem os milhões
arrecadados por impostos e
dívida pública nas mãos
dos representantes do capitalismo financeiro?
Para
capitalizar uma empresa publica com fundos públicos é o cabo dos
trabalhos, dizem-nos que as
leis(?) não o permitem e, os euro-burocratas liberais de Bruxelas
não gostam. Nós
acreditamos mas
duvidamos continuando
a jogar à bisca, à sueca e
ao bilhar de bolso.
Para
meter milhões nos bolsos de usurários capitalistas privados é
«tudo a bem da Nação»
beneficiando
a imagem no exterior junto de
gajos que nós nem sequer sabemos quem são.
Uma
porra esta vida de
marinheiros!
Depois
queixamo-nos muito ofendidos com o aparecimento de arrivistas
farsantes, mentirosos e saudosistas do “Botas” da ditadura de uma
pequena classe de elite sobre todas as outras, como são estas aves
negras do Chega que vêm chegando da hibernação democrática a que
se submeteram disfarçados, mascarados e recauchutados.
Uma
porra esta vida de marinheiros!
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