quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Uma porra esta vida


Não entendo o barulho, o ruído à volta do IVA da electricidade. Eu sei que 6 é diferente de 23. Eu sei que aplicando os seis por cento que se pagará menos no custo total factura. Eu sei que essa descida na taxa poderia dar para mais uns tostões de poupança no parco rendimento de muitas famílias. Mas também sei que esse IVA não é o factor principal no custo da electricidade que suportamos como se fossemos o povo mais rico da União Europeia e arredores. O problema vem de trás, é mais velho ou da mesma idade que a aplicação da taxa máxima do IVA à electricidade. O problema, a causa, foi de certo modo a ganância o enorme erro de políticos aquando da entrega a preços de saldos das nossas empresas publicas estratégicas ao capital estrangeiro. O problema a resolver ontem que hoje é tarde são as “Rendas” que temos de pagar aos monopolistas ususrários a quem entregámos as nossas empresas estratégicas, repito.
E o que se passa na electricidade passa-se nas telecomunicações sem esquecer todas as outras.
Mas por populismo barato porque falar do IVA pode dar votos, eles entretêm-nos e dividem-nos escondendo o medo de mexer nas famigeradas “Rendas”. Dizem escondendo-se medrosos os que governam que essa acção de renogociar os valores das “Rendas” poderia por em causa a imagem do nosso País nos mercados estrangeiros. Quer dizer, em causa perante os grandes capitalistas e os fundos tão fundos que em muitos nem a nascente do fundo é conhecida.
Já saímos do espartilho que a santa aliança FMI-UE nos fez viver sob as erradas previsões efectuadas por altos cérebros de competentíssimos quadros insensíveis ao sofrimento humano. De cábulas passámos a bons alunos, continuando contudo na cauda do pelotão europeu com o carro de vassoura sempre à vista lá atrás.
Temos governantes que nacionalizaram um buracão de fundo abissal chamado BPN e deixaram nas mãos duvidosas dos accionistas os bens tangíveis e intangíveis que os enriqueceram à custa das falcatruas e vigarices efectuadas pela gestão do banco. Temos governantes que nos enganaram com cara de hóstias e promessas de santinhos com o BES, com o BANIF. Governantes que nos continuam a pedir sacrifícios para continuarmos a pagar não só o IVA a 23% na electricidade mas em todos os bens e serviços a ela, taxa, sujeitos; porque quando a meio de um exercício económico lá atrás os governantes de então alteraram a taxa de IVA de 17 para 19 por cento era, disseram-nos, que temporário para o reequilíbrio das contas do Estado. Dos 17, depois 19, já vamos em 23 por cento, porque as contas nunca estão equilibradas. E mesmo que deitem foguetes por apresentarem previsão de excedente orçamental as contas continuarão desiquilibradas, sendo que o mesmo desequilíbrio não é em si nenhum mal, antes uma quase necessidade crónica do modelo económico consumista seguido. E tudo isto infelizmente para continuarem a meter milhões em bancos privados. Será que é também por causa da imagem do País no exterior que metem os milhões arrecadados por impostos e dívida pública nas mãos dos representantes do capitalismo financeiro?
Para capitalizar uma empresa publica com fundos públicos é o cabo dos trabalhos, dizem-nos que as leis(?) não o permitem e, os euro-burocratas liberais de Bruxelas não gostam. Nós acreditamos mas duvidamos continuando a jogar à bisca, à sueca e ao bilhar de bolso.
Para meter milhões nos bolsos de usurários capitalistas privados é «tudo a bem da Nação» beneficiando a imagem no exterior junto de gajos que nós nem sequer sabemos quem são. Uma porra esta vida de marinheiros!
Depois queixamo-nos muito ofendidos com o aparecimento de arrivistas farsantes, mentirosos e saudosistas do “Botas” da ditadura de uma pequena classe de elite sobre todas as outras, como são estas aves negras do Chega que vêm chegando da hibernação democrática a que se submeteram disfarçados, mascarados e recauchutados.
Uma porra esta vida de marinheiros!

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