segunda-feira, 8 de maio de 2023

09.04.23

 

Domingo de Páscoa, que é só mais um domingo. Deixou a religião. Toda esta história da crucificação nada lhe diz, há outras histórias e pareceres sobre a vida e morte de Jesus. Vivendo alheio ao ruído religioso, segue caminhando carregando as suas preocupações e desejos.

As notícias da guerra que de um lado e do outro ouve e lê, não auguram nada de bom. Esse seu pessimismo na fronteira do medo sobre o incerto amanhã, não lhe permite compreender como continua grande parte do rebanho que se proclamam da igreja cristã apostólica romana ou apenas de Cristo, a enviarem tantas mensagens, nas designadas redes sociais, desejando uma "Feliz Páscoa" ou uma "Páscoa Feliz" . Como pode essa gente ser tão indiferente ao sofrimento de todos os que morrem que nem tordos, ou ficam inválidos para o resto da vida, dia a dia na maldita guerra? Como podem falar em "Feliz Páscoa" quando as dificuldades de sobrevivência se agravam todos os dias na vida dos povos europeus, onde o número de cidadãos no limiar da pobreza não para de aumentar todos os dias?

A esperança na Paz fugiu para outras latitudes e longitudes que alegremente ignoram ou desconhecem, aceitando como verdade única, absoluta, sem contraditório, o que lhe impingem os servos do pensamento único ocidental. Que raio de sentimento de felicidade anima e vive nessa gente?

Procura passar ao lado mas o ruído invadiu também a sua outra margem da vida, onde caminha.

A cada Natal, Carnaval e Páscoa se sente mais solitário, mais só por vontade de viver num outro mundo mais decente, solidário e fraterno. Dia a dia se sente mais fora desta vida consumista, mundana sem nexo, sem objetivos próprios, vivendo uma vida artificial de mão estendida ao dinheiro dos credores financeiros.

Não foi de certo com isto que um dia os jovens capitães de Abril sonharam. Os militares não iriam entregar a nossa independência de oitocentos e muitos anos aos servos burocratas de Bruxelas a troco de rios de dinheiro facial que se esfuma nos muitos corredores da burocracia, em obras e projetos megalómanos, nos gabinetes de assessores e consultores amigos do poder político, continuando o país na cauda da Europa quanto ao desenvolvimento, quanto ao nível de vida dos seus cidadãos. Quando conseguimos investir e alcançar serviços públicos de qualidade igual aos existentes em muitos países europeus, logo os liberais e neoliberais mandantes em Bruxelas ameaçam com represálias ordenando, e, os nossos servos governantes curvam-se, obedecem desinvestindo em tal área em tal serviço. Fazem-no mentindo acenando com números globais e rácios da treta, que é o que governo após governo vêm fazendo com o Serviço Nacional de Saúde.

Contudo, dentro de todo o seu pessimismo no incerto amanhã alimenta desejos como ser humano social que ainda é. Nos seus sonhos de velhice ter saúde é o principal. Saúde é não só a maior riqueza como também uma felicidade acima de todos os outros conceitos sobre a mesma.

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