segunda-feira, 8 de maio de 2023

11.04.23

 

É a TAP é uma empresa que voa, anda no ar, de crise em crise voando. Desde que nasceu sempre foi de milhões, atravessando as crises constantes consumindo milhões

É a TAP é uma empresa que voa e com ela voam milhões de impostos dos cofres públicos

É a TAP uma fonte de discussão sobre a sua existência, a necessidade do país de ter uma empresa de viação bandeira, etc.

É a TAP uma necessidade para políticos e gestores vaidosos, para os quais milhões são como trocos de tostões

É a TAP uma empresa geradora de postos de trabalho, diretos e indiretos. Uma empresa criadora de desigualdades salariais gritantes entre os postos de trabalho que cria e dela estão dependentes muitos trabalhadores

É a TAP uma empresa de serviços que gera números de receitas e exportações para mascarar contas públicas e rácios que os liberais de Bruxelas impõem, aos servos governantes de alguns países

É a TAP uma empresa de vaidades, geradora de conflitos pessoais e políticos, que nos mostra como podem voar milhões sem qualquer contrapartida para o erário público, só vaidades de roupa mal cheirosa nos vem dando ao longo do tempo, não só agora infelizmente

É a TAP uma empresa que voa mas não cria bens transacionáveis geradores de riqueza pelo valor acrescentado neles incorporados. Até parte da manutenção já é subcontratada a outras empresas privadas (tais postos de trabalho indiretos)

É a TAP uma empresa que voa transacionando milhões, que vão voando uns para outros continentes e muitos outros do erário público sublimam-se voando produzindo poluição atmosférica e guerras políticas de alecrim e manjerona

É a TAP é uma empresa que voa e com ela voam milhões de impostos dos cofres públicos.

Neste mundo globalizado de capitalismo muito mais selvagem do que humanista, onde já vale tudo, incluindo tirar os olhos, a não existência da TAP iria causar algum sismo nas nossas contas públicas?

Não seria o espaço económico e comercial, possivelmente ocupado por outras empresas de viação? que por sua vez iriam manter ou criar postos de trabalho complementar, como hoje já acontece?

Quantos funcionários, por categoria profissional da TAP, que foram despedidos ou saíram por mútuo acordo estão no Fundo de Desemprego?

No fim iremos sempre chegar à especialização do trabalhador, do funcionário. Os mais competentes sempre encontram trabalho, deixando para trás o grande exército dos menos competentes.

Competência não se dá por qualquer diploma, de escola, instituto ou universidade. A escola, os institutos e as universidades formam, dão competência do saber de sebenta (livros) ajudando por isso os estudantes para na vida pratica poderem ser competentes.

A TAP que para além dos milhões que consome para se manter em terra e no ar, é dia a dia tema para telenovela de milhões de minutos cozinhados nos canais televisivos, onde todos os servos-papagaios e todos os vaidosos falam, num jogo do gato e do rato que começou por um problema interno de saias, saltando para a praça publica onde se cometem julgamentos populares a torto e a direito, numa triste imagem de como desavenças internas de um governo fraco e sem bússola tem tantas toupeiras no seu interior.

No final a TAP irá de novo para a gestão do capital privado, porque os acólitos neoliberais de Bruxelas mandam e os servos governantes liberais cá do burgo obedecem sem levantar ondas procurando tapar o buraco com uma peneira velha e gasta.

Exemplos de competência temos na nossa história recente. Egas Moniz, prémio Nobel de medicina à época, licenciou-se com média de 10 valores; Saramago, prémio Nobel da literatura não tinha formação universitária; Camacho Vieira durante muitos anos médico da seleção nacional e do Belenenses, eminente ortopedista, quando terminou a especialização na U. Coimbra com 11 valores, teve que vir para Lisboa trabalhar porque não o aceitavam em Coimbra; Salvador Caetano tinha apenas a terceira classe; Américo Amorim ficou-se pelo sétimo ano do liceu; Rui Nabeiro a escola primária, começando a ajudar os pais aos 12 anos.

Claro que há muita gente competente na vida profissional que também foi competente e de excelência nos estudos, mas nem sempre os que estudam são competentes na vida pratica e real. Aqui não nos faltam exemplos de tantos políticos e seus amigos que dão mostras da sua incompetência e lá continuam a mandar e a decidirem sem competência.

A designada quarta revolução industrial do capitalismo apresenta necessidades no saber e saber fazer para o futuro amanhã, que só um bom sistema educativo pode amortizar as dificuldades que a mesma está a colocar hoje e se vão agravar amanhã. O país infelizmente não possui esse sistema educativo de excelência. Vendem-nos a ideia falaciosa de que temos a geração mais bem preparada (tretas da classe burguesa dominante) o que na pratica se verifica que não é verdade, apenas só mais um slogan do marketing político de quem nos vem governando.

Não é preciso ser licenciado, mestre ou doutorado, intelectual ou outra coisa, para olharmos os livros de ensino primário dos netos e ficarmos qual jumento a olhar o vazio, procurando encontrar a lógica de tais manuais.

Volta à ideia que logo após o 25 de Abril criou e sempre como agora afirma: «foi um erro primário e crasso o acabar com as Escolas Industriais e Comerciais, que tantos jovens trabalhadores especializados forneceram à economia do país. Não somos, nem temos de ser todos iguais para aprendermos todos por uma única cartilha de ensino». A cartilha única de ensino com as suas nuances, não é hoje melhor que o antigo “livro único” do regime do Estado Novo.

Das Escolas Técnicas saiam “Trabalhadores Especializados” que tanta falta fazem à economia do país.

Vou acabar com este azedume, em que comecei na TAP e acabo na qualidade de ensino, embora «isto anda tudo ligado». A vida económica do país é também ela uma matriz de vasos comunicantes complexos de muitas variáveis e dúvidas.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.