quarta-feira, 10 de março de 2021

21.02.23

O silêncio domina a madrugada. Dou uma volta pelas capas dos jornais, incluindo os desportivos. Só irei ler o Público mais tarde. Entro nas redes sociais e saio. Tudo igual. Nada de anormal se passou enquanto dormi. Ontem estavam 3 graus e hoje 5 é a diferença.

Ontem enquanto pintava a minha cama de ferro ouvi na rádio Antena1 falarem de um tal plano que os do Governo pretendem apresentar aos burocratas liberais de Bruxelas e colocaram em apresentação pública na Internet. Percebe-se a azia dos "comentadeiros" oficiosos e oficiais de alguns súbditos e saudosos do "homem de poço". Eles que desbarataram rios de dinheiro a destruir alguns sectores produtivos, aquando da entrada para a CEE, estão com saudades desses tempos gloriosos para a sua corte de amigalhaços constituída por gente de bem e de boas famílias com saberes em como transferir valores para lugares seguros, não fosse ou vá o diabo tecê-las. É muito dinheiro à disposição, sem ser contudo nenhuma basuca. Também eu tenho receio na boa aplicação produtiva de tantos euros. Alguns, para não dizer muitos, dos objectivos falados não irão produzir valor acrescentado (riqueza futura). Se nas muitas ajudas necessárias a sectores não produtivos a curto, médio e longo prazo a cultura fica à margem das benesses, a ciência e a investigação científica passam entre os pingos das frases feitas de transição digital e ou economia verde. Nomes bonitos mas que cheiram a mais negociatas para e com os poderosos. Nevoeiro cerrado existe à volta desses interesses fazendo lembrar que o tal D. Sebastião acabou por nunca chegar numa tal manhã de nevoeiro. O interior, o sempre falado interior irá continuar a ser apenas interior difícil de repovoar se nele não existirem empresas produtivas que criem condições para os mais jovens se fixarem. Afinal, ali à frente vejo terras de Espanha e estando no interior profundo tenho o oceano Atlântico penicheiro ou até nazareno a cerca de três horas sem ser necessário correr a uma velocidade acima do limite. Contudo para as empresas produtivas investirem no interior é necessário e urgente um política fiscal séria e diferenciada. Não basta autoestradas é preciso mais. O mais, a exemplo de outros países, passa por políticas fiscais diferenciadas para as diferentes regiões.

Dar o benefício da dúvida é o que me resta mas as esperanças geradas pelo Plano apresentado pelo prof. António Costa e Silva começam a sublimarem-se. Iremos assim continuar a pedalar na cauda do pelotão com o carro vassoura à vista, não se vislumbrando trepadores para pelo menos conquistarmos o prémio da montanha.

Vejo pouca televisão. Depois de cerca de dez anos sem televisão aderi à mesma na versão tdt. Há canais que só quando dão futebol os vejo. Com acesso aos vários canais espanhóis vou vendo quer o canal publico quer o canal da Extremadura. Não sendo muito diferentes dos nossos, são mais positivos. Falam da pandemia sem a carga das mortes e da falência dos hospitais públicos. Há quase sempre uma mensagem de esperança.

Na década de noventa do século passado trabalhei na filial portuguesa de uma empresa de Espanha. Ouvi a alguns espanhóis a frase que «a mulher se queria em casa e de preferência com uma pata partida». Nas diversas fabricas que a empresa tinha

até no telefone e na recepção eram homens que executavam essa tarefa. Mesmo nos escritórios na sede em Barcelona predominava o sexo masculino. Agora ao ver um pouco da televisão de Espanha constato grandes alterações. No telejornal da manhã discutiam diversos intervenientes o problema político existente no seio do Governo entre o PSOE e o Podemos. Dos cinco intervenientes só havia um homem e até a politóloga era uma mulher. 

Fiquei a pensar e embora veja pouca televisão.





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