quarta-feira, 10 de março de 2021

21.02.21

Voltou o frio. Mais o frio que a chuva. A chuva embora tenha caído bem esta época, nem por isso é visita muito frequente nestas terras.

Já ontem os vizinhos da Extremadura também davam chuva para a fronteira que a Natureza criou e os humanos consolidaram ao longo de muitos anos. Ainda Portugal não existia e já o Rio Erges (afluente do Rio Tejo) servia de fronteira aos povos que viviam nas duas margens do mesmo. Salvaterra do Extremo, Segura e não sei se o Rosmaninhal (tenho de ver) já existiam quando D. Afonso Henriques e seus descendentes as conquistaram e firmaram a soberania portuguesa deste lado da fronteira, a margem direita do Rio Erges.

A previsão no telemóvel dá-me uma probabilidade de chuva superior a 70% durante a manhã. Olhei a rua pela janela e pareceu-me que não choveu. Fixei-me nas folhas da oliveira que tenho junto à janela e nem pingos nem sinal de que esperam chuva. Quando está prestes a chover as folhas das oliveiras dão sinal. Coisas e olhares que se aprendem fora dos livros. Ainda é escuro. Sentei-me na cama e vi que o nascer do Sol é as 7H15 mas com o chapéu compacto de nuvens não irei levar máquina fotográfica, apenas esta pequena máquina que me serve de telefone, máquina de escrever e fotográfica. Inventos tecnológicos sem os quais seria muito difícil voltarmos a viver sem eles. Mas, como não há bela sem senão vamos pagando sem darmos conta dos males que fomos e vamos infligindo à Natureza para chegarmos aqui.

Ontem quando regressei da praça e do supermercado na Idanha a Nova esqueci-me de comprar sal. Sempre me esqueço de alguma coisa. Aguardei que as três horas da tarde chegassem, dei corda aos pés para ir ao mini mercado cá da terra comprar o dito sal grosso. Coloquei a máscara e lá fui a pé. Só quando reparei nas ruas todas desertas é que me lembrei que era sábado num tempo de recolher obrigatório. Só encontrei um senhor mais velho do que eu, sentado num alpendre de pedra e que me perguntou se eu era de fora. Respondi-lhe e ele ainda se lembrava do meu avô Chico Capelo. Voltei para casa, sem o sal e sentindo-me mal por ter dado mostras de não cumprir o recolher obrigatório.

Vou ver se me desenrasco com o sal que tenho cá, senão mudo a ementa para o almoço.

Enganei-me. Ao sair da porta que dá para o quintal vi o chão e a estrada molhada. Afinal choveu de noite. Mas como não chovia lá fomos dar a nossa volta matinal pelas quelhas aqui perto. Fomos e viemos e nem vivalma encontramos.

Estes dias frios e cinzentos tornam as aldeias mais tristes e sendo domingo o tempo fica ainda mais tristonho com as pessoas recolhidas nas suas casas. Não apetece fazer nada. Lá tratei do almoço. Para acompanhar as migas de espargos, assei uma perna de cordeiro ao sal. Estava bom. Tenho para mais duas refeições. Ainda não sei fazer comida para uma única refeição e como não me importo de comer no dia seguinte o mesmo, até me sabe sempre melhor no dia seguinte.









Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.