sábado, 20 de outubro de 2018

Política


Apetece-me falar de política, embora todos os nossos actos e omissões sejam sinais políticos, mesmo quando nos mantemos calados e em silêncio. Com o desenvolvimento económico e social do capitalismo, as relações humanas entre os que empreendem e gerem, e, os que trabalham sob a hierarquia dos detentores ou representantes do capital, foram encontrando modos de coabitação social, não deixando de haver pensamentos políticos de direita, de esquerda e outros mais moderados (a maioria) penso eu de quê...
Olhando para a Proposta de Orçamento de Estado como seria de esperar, tem também como objectivo o “adoçar da cama” ao cidadão eleitor, já que no próximo ano haverá eleições. Normalíssimo em política.
Conjuga a proposta de orçamento dois ou três objectivos, o eleitoral sem perder de vista o controle do deficit e o crescimento da economia.
Dizem os opositores que o crescimento previsto é anémico e em divergência com os países mais desenvolvidos da União Europeia, mas não apresentam ideias ou medidas alternativas de como obter um maior crescimento económico, com o controle do deficit em conjugação com o aumento do rendimento disponível das famílias.
Viram-se os opositores para a Dívida Publica que vai continuar para lá dos limites razoáveis, recusando-se eles e os que governam a entenderem-se como controlar a divida publica, pois esta é o resultado da soma algébrica de todas as outras medidas políticas tomadas, e enquanto gastarmos mais do que produzimos teremos de ter Divida Publica. O problema não é ter Divida Publica, porque essa sempre existiu desde que há memória de Contas Publicas. O problema consiste em como contorna-la e traze-la para níveis aceitáveis de independência face aos tornados e furacões que possam ocorrer na economia do Planeta.
Resta aos opositores a questão das reformas, agarrando-se a cenários de que um cidadão com 60 anos de idade e 40 de descontos se possa reformar sem o tal factor de penalização existente, e que se depois um trabalhador tiver 63 anos de idade e 42 anos de descontos já não poderá reformar-se e terá de trabalhar até aos 66 e 5 meses, criando-se desse modo cidadãos de primeira e segunda face à lei. Pegam nestas coisas para fazer ruído, esquecendo que o principal objectivo é ter uma Segurança Social que seja sustentável face às expectativas futuras “trabalhador activo” versus “esperança de vida”. Esquecem-se alguns daqueles que fazem ruído com este tema, que ao fim destes anos de Geringonça, as reformas foram sendo ajustadas com pequenos aumentos é certo, mas que se não existisse a Geringonça os “oposicionistas troikanos” tinham como medida de ajuste para o deficit orçamental um corte nas pensões de 600 milhões a ser suportado pelos que nestes últimos anos viram o seu rendimento descongelado e aumentado.
Há pois formas diferentes de gerir a economia do País, consoante o pensamento político se possa considerar mais à direita, mais ao centro ou mais à esquerda.
Pode-se gostar ou não desta forma Governativa, pode-se gostar ou não da figura do Ministro das Finanças (de que alguns iluminados troikanos tanto riram no início), mas pensemos um pouco, há quantos anos não somos metralhados com Orçamentos Retificativos, há quantos anos o deficit estimado é alcançado com pequenas divergências justificadas e justificáveis? Eu que sou um critico à forma como o Ministério das Finanças gera as cativações, tenho que reconhecer os méritos e tirar-lhes o chapéu.
Que as políticas podiam ser diferentes, claro que sim. Cada um de nós pensa de acordo com as suas ideias e desejos, mas face ao colectivo do país que somos e da União Europeia a que pertencemos, há que respeitar os homens que decidem, estejamos ou não em sintonia com os seus princípios políticos. Resta-nos o voto para expressarmos o nosso sentimento de apoio, recusa ou indiferença.

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