Não
sei se o Ronaldo é culpado ou não, mas sei que não direi uma
palavra em seu desabono, já que tenho as minhas duvidas sobre esta
deriva justiceira à volta do sexo e ainda mais destes movimentos
tipo MeToo, às quais acrescento o azedume de vingança madrileno.
Assim
como, também ano após ano passo ao lado dos laureados com o prémio
Nobel. São tantos os jogos de bastidores e o dinheiro que anda à
volta do prémio, que ano após ano passo ao lado.
Na
guerra, em todas as guerras que os “Sapiens” promoveram entre si,
sempre houve e vai continuar a haver violência sexual sobre os
vencidos e populações indefesas. Só quem nunca esteve num campo de
batalha pode pensar que essa violência vai deixar de existir, porque
numa qualquer cidade em paz há manifestações contra a violência
na guerra empunhando cartazes “Make Love Not War”...
Numa
guerra, mata-se para não ser morto, vence-se para não ser vencido,
valendo tudo incluindo o tirar olhos ao inimigo. Os teóricos, os que
vivem as guerras em salões, os que nunca sentiram os pintelhos do cu
a bater palmas, podem fazer ilustres discursos, nos salões do poder,
nas televisões amigas, mas lá onde a adrenalina corre nas veias a
mil, onde a pressão arterial é hiper ou hipo, os que combatem não
os ouvem e fazem o que nunca imaginaram fazer.
Vejo
jovens portuguesas e portugueses falarem dos abusos que se cometem
nas frentes de batalha de uma qualquer guerra, e fico a pensar se por
acaso eles tem a consciência do que os seus pais ou avós passaram e
fizeram um dia nas guerras em África. Tenho a certeza que muitos
deles teriam outra conversa, já
que o grande problema a resolver é o porque da necessidade da guerra
entre seres humanos, já que depois a violência fica à solta...
Não
sou contra as greves que se vão realizando pelas corporações que
vivem à volta das saias do Estado. Não sou contra mas também não
as percebo. Gostava de ver esses movimentos de massas em luta por um
melhor ensino, por uma melhor prestação de serviços na saúde, na
segurança e nos transportes, sem envolverem vantagens pecuniárias
directas ou indirectas. Gostava de ter ouvido o líder do maior
partido da oposição dizer na sua entrevista que os quadros
superiores do Estado deveriam ter não só melhor remuneração, mas
também exclusividade a 100% não podendo exercer outra actividade
paralela ou complementar com as suas funções no Estado, mas
ficou-se só pelo que lhe pode dar mais uns votos.
Não
entendo os políticos. Cada vez me sinto mais longe dos seus
comportamentos. O exemplo do Ministro Jorge Coelho foi caso único.
Com a sua demissão defendeu o Governo de então e não sendo ele o
culpado directo da queda da ponte deu um exemplo que hoje penso, as
águas revoltas do Douro levaram para bem longe. Tão longe que raro foi o político que lhe seguiu o exemplo. Assim, preferem deixar-se
cozinhar em lume brando pelos especialistas justiceiros da
comunicação social que temos, do que libertarem a equipa
governativa de que fazem parte, do incomodo e ruído continuo, de
modo a que a Justiça possa fazer o seu trabalho sem ruído nem
especulações.
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