sábado, 3 de junho de 2023

08.05.23



Ano a ano as praias da costa marítima vão perdendo areia, mas que importa isso comparado com os investimentos que os projetos urbanísticos de betão tem para a orla marítima?

Ano a ano do céu cai menos chuva e a que que cai é de forma irregular e inconstante. A designada época de chuvas já não é garantia de chuva.

Ano a ano há ribeiros em cujos leitos à agua deixou de correr, há rios que eram afluentes de outros maiores que pelo pouco caudal que apresentam deixaram de ser considerados afluentes.

Ano ano a fome de água das chuvas aumenta. As terras a sul do Rio Tejo sofrem mais com a falta de chuva, mas, menos a norte do Rio Tejo a falta de chuva vai criando dificuldades quer na agricultura quer no abastecimento de água às populações

Mas que interessa a situação de seca se o Presidente vai falar ao país, depois do Ministro ter pedido a demissão e do Primeiro Ministro ter comunicado que não aceitava a demissão, como se essa zanga de compadres-políticos resolvesse o problema da falta de chuva para a diminuição da seca instalada.

Meio saturadas as teorias da conspiração contra o Governo por causa dos problemas de gestão que uma guerra de saias originou na TAP, há agora «papagaios televisivos» que descobriram que a seca existente no país há anos, poderia ser tema para nova novela na sua cruzada de difusão do medo, dando voz e tempo de antena aos que sempre dizem mal apontando novas criticas ao Governo como se o mesmo fosse o único culpado de as nuvens passarem e não deixarem a água que as forma cair por forma a minimizar a seca que vai no país.

Depois, lá aparece uma senhora que no Governo ocupa a pasta da Agricultura sem jogo de cintura-política, habituada que esta a anunciar e a vender medidas de apoios financeiros que mais beneficiam o sistema bancário e gabinetes de consultores deixando quase sempre o agricultor em pior situação, cultivando ano a ano o descontentamento das populações ligadas ao setor primário.

Mais uma vez a senhora que o ocupa a pasta da Agricultura sem jogo de cintura-política, anunciava estarmos de mão estendida em Bruxelas pedindo ajuda para fazer face à seca extrema.

Se chove de forma abundante e irregular ocorrem cheias e lá vamos de mão estendida pedir ajuda aos burocratas liberais de Bruxelas,

Se não chove de forma regular acordam tarde para a realidade nua e crua da seca e lá estamos de novo de mão estendida pedindo ajuda aos burocratas de Bruxelas.

Transformámos-nos num país pedinte, sem visão, sem força política, sem estratégica para as alterações climáticas no setor primário da nossa economia.

Se um pequeno ou médio empresário agrícola para desenvolver a sua atividade precisa de arrancar uma ou duas azinheiras ou sobreiras tem pela frente uma carga de dificuldades em trabalho burocrático. Mas, se um estrangeiro chega para investir num projeto de investimento agrícola, todos os organismos públicos ou fecham os olhos ou dão o despacho favorável para hectares e hectares com azinheiras, sobreiros e outras árvores autóctones serem arrasadas para nesses terrenos serem plantadas culturas intensivas e super intensivas seja em estufa ou ao ar livre que exigem muita água, mesmo com as novas tecnologias de irrigação aplicadas, água que se lhe vende abaixo do preço da “uva-mijona”, mas tudo a bem do investimento estrangeiro alavancado com fundos comunitários e até de um tal PRR, contribuindo alguns desses investimentos para Autarcas locais anunciarem saldo positivo na demografia, já que esses grandes investimentos se recusam a pagar salários dignos às populações locais, importando oficial e oficiosamente emigrantes a quem pagam salários de miséria.

Fico a aguardar as notícias favoráveis ao lóbi da água na defesa da dessalinização da água do mar por centrais de osmose inversa, a fim de que a mesma não falte no litoral para irrigar os campos de golfe, nem nos hotéis de cinco estrelas a fim de que o turismo possa continuar a mascarar rácios económicos.

Quanto ao interior, o problema da seca estará resolvido pois já temos um Ministério para a coesão territorial e com a sua existência facilmente a água da dessalinização chegará ao interior a preços acessíveis.

(foto obtida na net)
 

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