domingo, 4 de junho de 2023

21.05.23

Como não há duas sem três, ontem à tarde fui assistir em Idanha a Nova ao espetáculo designado "Cordinhas da Beira Baixa", e que espetáculo, embora as condições acústicas da tenda onde se realizou não sejam as melhores. Mas, a alegria, a felicidade com que os intérpretes executaram todas as músicas foi um espetáculo a merecer a atenção de como com pouco mas muita vontade, criatividade e amor ao que se faz, se pode do quase nada fazer muito.

O obreiro de tudo, segundo percebi, o Maestro Alexandre Pontes é um transmontano de Moncorvo que por razões da sua vida se fixou em Castelo Branco ensinando como professor de música a sua arte, o seu amor e criatividade. Com as oportunidades que as Universidades Seniores foram dando nas várias povoações em que se organizaram, criou o Maestro Alexandre Pontes aqui e ali grupos de cavaquinho que logo se distinguiram, pela empatia que sabe criar levando as gentes amadoras seniores a interessarem-se por aprender e melhor dia a dia semana a semana, demonstrando toda a sua qualidade. Entre os grupos amadores de várias povoações dispersas, juntou-os para este espetáculo ao qual acrescentou as vozes da Raquel Maria e do Rodrigo Lourenço.

O Maestro Alexandre Pontes é um homem dos "n" instrumentos já que sete são poucos, juntando a essa arte a capacidade de fazer arranjos extraordinários com as "Cordinhas da Beira Baixa" desde o Chapéu Preto, às Saudades da Beira, passando pela Maria Faia, pelo Vejam Bem e outras que agora me falham na voz de Raquel Maria, sem esquecer a Sra. do Almurtão, para na minha modesta opinião acabar com "Cantar de Imigração" cantada a dois, com a Raquel e o Rodrigo, mas onde a letra da canção diz Galiza podemos ouvir Idanha a Nova. Um final com chave de ouro.

Durante o espetáculo sentado cá atrás, lembrei-me de ti mãe, do teu sorriso quando ouvias na rádio estas músicas que logo cantarolavas. Estavas ali comigo sem que ninguém soubesse. Outras estiveram também comigo mas só tu sorrias ao ouvir aquelas canções populares da tua província a Beira Baixa.

No regresso a casa pela estrada municipal entre extensões a perder de vista de amendoal intensivo e super intensivo, lembrei um amigo que com os seus companheiros bem gostaria de fazer parte daquele grupo de "Cordinhas da Beira Baixa", ele que tanto gosta da sua terra, dos seus antigos costumes, da sua Beira Baixa. 


 

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