quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

21.02.01

Quem é o cidadão português que não tem alguma coisa de chico esperto? Eu também já fui chico esperto. Talvez por isso não me sinta tão zangado com as notícias que os costumeiros televisivos difundem 48 horas em 24 horas de emissão. São os casos difundidos de vacinação a pessoas não previstas numa lista de prioridades condenáveis? Alguns serão e outros talvez não, pois continuo sem saber quantas doses de vacinas contém um frasco.

Depois, a conversar com a minha sombra lembrei-me que não sou um fã das vacinas. No ano passado e este ano não tomei a vacina da gripe. O Centro de Saúde andou atrás de mim para tomar a vacina do tétano e só quando me apanharam lá a tirar os pontos da cirurgia é que levei logo dose dupla, a parte final do tétano e da gripe. No serviço militar

quando nos ministraram as vacinas da cólera e da febre amarela a seguir bebemos umas garrafas de vinho do Porto, diziam que cortava o efeito. No mato em Angola não tomava os comprimidos para o paludismo, nem colocava os outros comprimidos na água do cantil antes de a beber. Se apanhasse paludismo teria pelo menos umas três semanas no arame farpado sem fazer operações no mato. Quando estudava à noite, para me matricular usava o chico espertismo e falsificava o certificado de vacinas trocando as folhas interiores com um amigo que cumpria zelosamente as vacinas. Quando trabalhava e a medicina do trabalho obrigava a tirar o Rx aos pulmões sempre tinha uma reunião num banco ou nas finanças quando a carrinha ia à empresa até ao ano em que o departamento de pessoal não transferiu a remuneração sem o Rx realizado e lá fui fazer o mesmo à Praça do Chile.

Não tenho pressa em apanhar a presente vacina contra o covid-19, quando me chamarem irei tomá-la. Talvez quando se lembrarem de mim já se saiba quanto tempo de imunidade a mesma produz. Até lá o melhor remédio é saber viver este tempo de vida quase suspensa o melhor que puder, pois não irei andar em locais muito frequentados, basta-me ir ao supermercado, à farmácia, à padaria quando estou na Zebreira e à praça em Idanha a Nova. Todos os dias saio para dar a minha volta com a minha amiga. De manhã uma volta maior embora mais pequena do que anteriormente, os normais 6 km de antigamente estão reduzidos a pouco mais de 2 km. Há hora em que vou para a rua só encontro as mesmas pessoas que chegam para trabalhar nos centros logísticos que por cá existem, a quase totalidade dos habitantes ainda estarão a dormir já que raras são as luzes que vejo acesas. Ao final da tarde princípio da noite voltamos à rua para o passeio higiénico. Os polícias quando passam por mim sabem que sou respeitador mesmo andando na rua com a minha amiga a horas de recolher obrigatório. Aqui nos arrabaldes da cidade grande faz-me falta o meu quintal, faz-me falta ouvir as conversas do vento com as copas das árvores, faz-me falta a liberdade do colorido do campo, agora mais do que ouvir a rebentação das ondas na areia ou nas rochas da minha praia.


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