quinta-feira, 15 de abril de 2021

21.04.15

 

Pouca televisão vejo. E do pouco que vejo são mais os canais públicos que os privados. Vou saindo das redes sociais como um dia fui deixando de fumar o meu cigarrinho sem filtro (Português Suave). Mesmo neste retirar voluntário ou nesta vida quase suspensa que levamos neste último ano, sempre vamos ouvindo e lendo a informação que nos oferecem.

Não dou e recuso-me a dar para tanto peditório que corre pelas cidades virtuais. Não sou, nunca fui juiz. Elaborei autos como “pjm” na minha companhia de caçadores. Alguns autos de "corpo delito". Não fui imparcial nesses autos por mim elaborados aquando do serviço militar lá longe em terras distantes. Não fui imparcial com a consciência de que não o estava a ser. E, não tendo sido imparcial ganhei a minha guerra já que nenhum dos subordinados envolvidos cumpriu prisão atrás de grades porque na prisão do arame farpado já todos nós estávamos. Nunca tive felizmente um louvor por esse trabalho ou pelas outras boas acções que levei a cabo nesse tempo que me e nos roubaram de juventude. Hoje, ontem e amanhã o que eu quero é que o sr. Rosa, o sr. Alexandre, o sr. Sousa que é também Sócrates mas de agora, e os srs. Procuradores do Ministério Público estejam e fiquem bem longe de mim e dos meus, se é que ainda tenho algo de meu.

Não me lembro de ter dado palpites acusatórios sobre o que parece que cirurgicamente o sr. Alexandre e o sr. do MP sentados nas suas cadeiras nos seus gabinetes de ar condicionado davam para os amigos de alguns órgãos manhosos ditos de comunicação. Também agora não opino sobre as considerações que o sr. Rosa escreveu num longo relatório sobre os casos acusatórios sobre presumíveis actos duvidosos e dolosos que o sr. Sousa que gosta mais de ser Sócrates embora fique a séculos de distância de qualquer arroto dado pelo Sócrates grego, cometeu ou tenha cometido aquando do exercício de poder como Primeiro Ministro deste país que um dia lá atrás no tempo viu o Sol ficar encoberto num dia invernoso em que muitos dizem ter sido reposta a verdade da presente democracia. De boas intenções está o mundo e andamos nós em especial cheios de as ouvirmos ciclicamente. Não opino, porque não li nem irei ler as tantas folhas que uns e outros escreverem proclamando cada um da sua interpretação das leis que constituem a montanha em que vivemos sem que de verdade a conheçamos na sua múltipla dimensão. E, se não opino, não dou para os peditórios que correm.

Não dou para os peditórios que envolvem o sr. Sousa que gosta também de ser Sócrates de agora, assim como abomino de novo a acção da Justiça no caso que presumivelmente envolve a sra. Cabrita e um outro deputado. Não sei se na montanha das leis que nos regulam há alguma lei ou acórdão que diga que nos casos em que possa estar a ocorrer algum ilícito de presumível corrupção ou favorecimento indevido primeiro prende-se em «show on» e depois então ouve-se o que os presumíveis presos têm a declarar a fim de se encontrar arguidos para o processo. Estas acções levadas a cabo por elementos da polícia judiciária com o Ministério Publico arrepiam e metem medo a quem gosta de ler e aprender o que foi a Inquisição e o papel que teve o Santo Ofício nesses tenebroso tempos de quase três séculos e se lembra que na sua juventude existiam Tribunais Plenários para julgamento sumário de quem professasse ideias políticas e sociais divergentes do poder político que nos trazia a ferros numa miséria de vida, onde a corrupção existia transversal salva pelo tenebroso lápis azul para que dela não tivesse o cidadão conhecimento.


Não e não gosto desta democracia onde os justiceiros da Justiça elaboram julgamentos populares através de amigos escolhidos em manhosos órgãos de comunicação social. À Justiça pede-se recato que seja célere na sua actuação que tão importante é na defesa de um Estado Democrático que promova o bem estar social dos seus concidadãos. O que vamos ouvindo e lendo é o contrário, muito «show on», foguetório para julgamentos populares em manhosos órgãos de comunicação e depois uma lentidão exasperante mas indiciadora de que a produtividade não faz parte do universo da Justiça. A agravar todo este estado de coisas, sucessivos Governos fracos com os interesse dos poderosos, incapazes de legislar de forma clara e sucinta sobre os problemas que os designados «crimes de colarinhos brancos» trazem à Democracia, entretendo-se a Assembleia da Republica a discutir coisas e a aprovar o que os lideres presentes e ausentes mandam.

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