sexta-feira, 23 de abril de 2021

21.04.16

 


Não há Liberdade em sentido lacto sem Democracia. A Democracia implica a existência de Partidos políticos, como garantia e substancia dela própria. Sem partidos políticos divergentes não há Democracia. Contudo, a Democracia Portuguesa não se limita à existência apenas dos partidos políticos com ou sem assento no Parlamento. A sociedade civil tem o direito, o dever e a obrigação de ter intervenção política na vida do país que somos todos nós cidadãos, todos diferentes mas todos portugueses, nascidos ou nacionalizados com direitos, obrigações e deveres para com a sociedade em geral e em especial para com as suas gentes quando analisamos ao nível das Autarquias.

Ao longo deste ciclo democrático nascido com o glorioso 25 de Abril de 1974 as eleições autárquicas são não só o momento de a sociedade civil através dos seus movimentos de cidadãos interessados na vida política das suas terras, intervirem de acordo com a visão do bem social para as suas gentes, como também o momento de os mesmos se afirmarem vivos e interessados nos destinos não só da sua terra como também do país a que pertencem e são.

Os partidos políticos do arco da governação não veem com bons olhos estes movimentos que nascem fora do seu controle. É normal que assim seja, fechados que vivem sobre si próprios, apenas se lembrando dos anseios populares de muitas regiões do país aquando dos processos eleitorais. Estão habituados a dominar nas estruturas locais do designado mundo rural, onde foram estabelecendo ao longo do tempo os seus tentáculos na população residente tipo «Alberto João» já que infelizmente economicamente são a maior fonte de emprego (trabalho é outra coisa) das suas regiões, onde o velho "favor" do antigamente continua a funcionar como regra de agradecimento e subordinação ao poder.

É sinal de vitalidade cívica o aparecimento de movimentos de cidadãos fora da lógica partidária a concorrerem às suas Autarquias. Depois ganhará e será eleito quem tiver mais votos colocados em urna, mas só o aparecimento de gente interessada em lutar de modo diferente na defesa das suas gentes é, não só bom sinal mas também saudável politicamente, porque ganhem ou não, são desde logo um tocar dos sinos a rebate para os que militando nos partidos designados como tradicionais se instalaram no poder pensando que tudo podem executar que nada os irá afectar.

No principio não pensava deste modo, contudo, olhando ao que vamos ouvindo e vendo a Política e a Democracia nada perdem com o aparecimento destes movimentos regionais, antes pelo contrário, porque pode não ser bom, para ambos, Política e Democracia «o deixa andar que vamos ganhar» que tantas vezes se instala nas estruturas políticas dominantes de uma qualquer região do país.

Bem hajam os que respeitando a nossa Constituição se propõem lutar por um outro modo de fazer o que à política regional compete, ou seja, lutar de forma diferente pelo bem estar das suas gentes e do desenvolvimento económico da sua região.

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