segunda-feira, 18 de abril de 2022

22.03.26

 

É difícil fechar os olhos. Os ouvidos ele consegue, já os olhos é mais difícil. A vida no mundo que conhece tornou-se perigosa. O pensamento unilateral prevalece. Não há lugar ao contraditório. Se alguém não apoia o líder ucraniano é apontado de imediato pela maioria de dedo em riste, como apoiante defensor do líder russo.

Para ele, são dois lideres quase iguais, com algumas diferenças mas no fundo andam muito perto na forma como olham e tratam as oposições e o próprio povo que vive nas suas fronteiras. Ambos favorecem e financiam milícias que difundem a ideologia ariana, ostentando símbolos fascistas e nazistas. Milícias que matam cidadãos só porque não são do seu sangue, da sua cor, da sua descendência de raça branca caucasiana, ou não perfilham a sua religião cristã, são coitados, cidadãos diferentes, mortos, violados, queimados vivos, com a justiça e as forças policiais desses países a olharem para o lado. Esta tudo documentado para quem gosta de saber o outro lado das coisas.

Pouco se importa que o acusem de “putinista” ou de ser de extrema-esquerda. É para o lado que melhor dorme, sorrindo ao recordar os jovens revolucionários do grande partido MRPP ou dos chamados Grupos ML, como a UDP e a FEC, assim com os Troskistas, do PSR ou da LCI, hoje todos ou quase todos a desfilarem com bandeirinhas de apoio ao Levinsky como o grande herói, o grande educador que financia as milícias fascistas, nazis e hitlerianas do «Setor Direita», do «batalhão Azov», do «Svoboda» ou do «C14» só para falar nalgumas destas organizações.

Mas, para gente bem instalada na vida, aderente do pensamento único vigente, ele é ou será um perigoso esquerdista que defende que Portugal não deveria fazer parte da NATO.

NATO, uma organização militar democrática ao serviço de vários países a mando do Governo dos Estados Unidos da América, que se julgam donos dos destinos do mundo, segundo a vontade dos falcões da indústria militar americana altamente lucrativa e tão necessária à economia daquele país.

Caminhando na manhã cinzenta nem quer recordar as intervenções que os falcões americanos fizeram com a sua muito democrática NATO para bem da vontade do povo soberano de vários países.

Será sina sua a de ser considerado como elemento perigoso no seio da sociedade por se recusar a alinhar no rebanho do pensamento único. Já quando participava como militar operacional na guerra em Angola, os PIDES da Catota e do seu Batalhão na pessoa do médico da CCS que prestava assistência à sua companhia o tinham catalogado como «alferes comunista» e não fosse o Major do Batalhão o chamar à CCS num dia em que quase todos os oficiais estavam para Silva Porto, levá-lo para o seu gabinete e avisa-lo do que o filho da puta do médico era PIDE e queria-o foder. Não fosse o Major Segundo Comandante do Batalhão e o seu caminho de vida poderia ter sido outro.

Recusa-se a tomar partido naquela guerra. Ele é pela Paz e contra a guerra, sabendo que todas as guerras são políticas e tem as suas causas. Causas que deveriam fazer pensar muitos dos que se dizem democratas ou mesmo liberais democratas, porque sempre que há uma guerra quem mais sofre são os cidadãos indefesos, as crianças, os velhos e as mulheres.



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