quinta-feira, 21 de abril de 2022

22.04.08

 

Quem vai à guerra, qualquer que ela seja, ofensiva e ou defensiva, a primeira coisa que o combatente (profissional, voluntário ou contrariado) sabe, é: - «tenho que matar o outro, antes que o outro me mate a mim». Outro princípio é: - «tenho que fazer tudo e o impossível para voltar para casa, são e salvo». O combatente não leva no bolso convenções de direitos humanos ou códigos de direito. O combatente, independente da disciplina militar que cumpre, leva e transporta consigo a ânsia de voltar um dia para casa custe o que custar, esse fim em si, justifica para ele todos os meios, transformando-o por vezes em máquina de guerra assassina. O resto são “fait divers” de gente que nunca foi combatente de guerra, nem ouviu as histórias por vezes, hoje, horrorosas que seus progenitores viveram, em outras guerras.

Naquela guerra em que o exército russo invadiu a vizinha Ucrânia, há como em todas as guerras porquês e causas que a despoletaram. Causas que poderiam e deveriam obrigatoriamente ter sido negociadas, discutidas e cumpridas por todos os intervenientes diretos e indiretos. Por onde terá andado a ONU?

Quase todos sabíamos, conhecíamos a personalidade do novo czar da Rússia, Putin. Sobre isso pouco de novo há a adiantar. Era e é uma personalidade sobejamente conhecida politicamente. Um adepto do capitalismo mais selvagem sem olhar a meios, apoiante simpatizante de movimentos sociais de extrema-direita. Não sendo por isso flor que se cheire, respeita-se, negoceia-se mas não se convida para festa de amigos. 

Ao povo russo e só a eles, caberá a escolha do seu futuro.

Muitos de nós não conhecíamos de facto o líder ucraniano, Zelensky, apenas sabíamos que era comediante (popular no YouTube num vídeo tocando piano com o seu pénis) antes de ser líder político. Como chegou a líder do país, era assunto quase desconhecido da maioria que até se interessa por política.

Afirma-se Zelensky, líder ucraniano, judeu, como se entre os judeus não existissem todas as personalidades e caracteres que existem nas outras comunidades sociais. Basta lembrar Benjamin "Bibi" Netanyahu. Levou Zelensky o nega de Israel quando pretendeu que as conversações de paz fossem em Israel. Levou o nega porque segundo o primeiro-ministro do governo de Israel, Naftali Bennett, o governo ucraniano apoia e financia organizações nazis, como o Batalhão Azov, o Setor Direita, o Svoboda, o C14 e outras milícias que perseguem, torturam e matam, judeus, russos, roma (ciganos) e gays, tudo em nome da «santa democrática raça pura ucraniana», sem esquecermos a lavagem histórica que fizeram com o nazi Stepan Bandera, um dos mais ferozes exterminador de judeus nos campos de concentração nazis ao serviço dos alemães SS hitlerianos, transformado em herói nacionalista pelos governos ucranianos saídos da chamada revolução laranja (2014). Tudo, afinal, gente boa de bons princípios.

É esta personalidade que foi convidada pelo nosso Parlamento com apoio do Presidente para discursar, por videoconferência. Só nos faltou que o sujeito tivesse escolhido o dia 25 de Abril. Triste e doente anda a nossa Democracia. 

«O rei vai nu» mas os políticos assobiam para o lado, contentes que vivem dentro dos seus fatinhos de bom corte, aguardando que depois da vida de deputado ou mesmo de diretor geral ou de secretário de estado possam ter um bom “tacho remuneratório” numa das grandes empresas que ainda cá operam ou em alternativa numa das grandes sociedades de advogados que sabem controlar as leis sem as infringir, ou ainda, numa dessas entidades reguladoras que nada fazem a não ser dobrarem-se perante os conselhos de administração das empresas que dominam o seu setor de atividade em constante aumento de preços versus lucros para os bolsos dos seus administradores e acionistas.

Naquela guerra não há bons nem maus líderes, os dois não são flor que se cheire, não prestam como seres humanos; adversários que são das sociedades democráticas que respeitem as diferenças ideológicas, religiosas e outras dentro do seu seio.

A guerra fratricida que desenvolvem é a imagem dos ferozes interesses “capitalistas – financeiros” que estão em confronto, sendo que o «provocador» da guerra, Biden, ao continuar a política de rasgar acordos antigos, viu, promoveu e ordenou o comediante Zelensky como seu procurador-representante, enquanto que do outro lado o «provocado» Putin ao sentir-se encurralado e picado fez do ataque-invasão da vizinha Ucrânia a defesa dos seus interesses obscuros. 

E, nesta guerra fratricida, sofre o povo europeu com o aumento do custo de vida versus empobrecimento social, com o povo ucraniano e os russos-ucranianos que viviam na Ucrânia a serem de longe as maiores vitimas, ao sofrerem de novo em mais ou menos cem anos, nova destruição das suas terras, cidades e vidas, quando tudo poderia ser evitado se os lideres políticos não se baixassem aos falcões da industria do armamento sempre sôfregos e ávidos e mais e maiores lucros nas suas contas de off shore dos seus amados paraísos fiscais.

E, ainda há quem deseje “Pascoa Feliz” influenciados que foram e são pelos tradições religiosas, que continuam a alimentar os seus crentes indiferentes ao sofrimentos dos outros. Nem o Papa, líder da maior congregação religiosa já é ouvido e escutado com a atenção devida e merecida.

Relembro as palavras um dia escritas por Felicidade Alves que foi padre:

Gloria a Deus em sua transcendência. E Paz na terra aos homens, pois Deus a todos quer bem.

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