sexta-feira, 22 de abril de 2022

22.04,21

 

Depois de se levantar e ter dado o seu passeio matinal com a sua amiga Sacha, tomou o pequeno almoço e começou por escrever às filhas:

Bom dia e um dia Bom! Catarina e Joana. Hoje é o dia em que o voto do vosso pai, republicano não comunista, nas últimas eleições para a AR, não foi um voto perdido. Não serviu para evitar a sangria de deputados, mas pela atitude dos poucos que restam no hemiciclo da AR, não foi um voto perdido."

Após ter enviado a mensagem, sentou-se à secretária, abriu o computador e continuou a traduzir as imagens e os seus pensares, já no seu programa de texto.

A luta por uma sociedade mais justa é contínua. É eterna, a exemplo da sempre existente luta entre o bem e o mal.

Não há sementes híbridas ou transgénicas que evitem essa luta, que começa dentro de cada um de nós. Podem os senhores do Planeta com o uso da tecnologia adormece-la mas não a eliminam. Ela já existia antes mesmo dos senhores do Planeta existirem, sendo estes um produto dessa mesma luta invisível, a eterna luta dos contrários.

No início da noite anterior seguiu o debate entre os dois candidatos de direita em França, onde mais uma vez a sra. Marine Le Pen, mostrou as suas ideias xenófobas, um nacionalismo populista extremista onde não há solidariedade e fraternidade, apenas ódio pelos que considera segundo a sua ideologia serem diferentes, cidadãos de segunda. Mais um político, a senhora, que se tem de respeitar, de se negociar mas que não se deve convidar para uma festa de amigos que respeitem as regras da nossa Democracia. Infelizmente o seu movimento político não esta isolado neste sub-continente que designamos por Europa, antes representam forças em crescendo, que fazem recordar e temer as muitas histórias sangrentas de guerra que ao longo dos séculos sempre por cá existiram, umas mais longas, outras mais curtas e ainda outras mais fratricidas terríveis e cruéis no século passado.

Já Macron é o que é. Bem espremido não dá mais. Um político nascido de sementes híbridas. Sementes que políticos com bandeiras de esquerda foram lançando na sociedade para governarem ao centro, diziam e dizem-nos. Políticos com pins de esquerda na lapela mas submissos aos senhores do mundo mais liberal economicamente. Políticos que face aos interesses em jogo no mercado capitalista foram colocando nas gavetas mais fundas dos seus cofres, as medidas que fizeram deste sub-continente Europeu, um exemplo do que podia ser o Estado Social.

Da social democracia mais à esquerda pouco resta nesta Europa sem rumo. Daí o híbrido ideológico, Macron, ser apenas um placebo para contentar sociais democratas e socialistas de sofá agitando as suas bandeirinhas todos felizes por Macron segundo as previsões ir ganhar no próximo domingo. Socialistas ou pseudo, e, outros que se dizem da social democracia, já não os sabe distinguir, em vez de pararem e repensarem as causas que levaram quer o grande partido socialista francês, quer os outros também grandes partidos da direita tradicional francesa, ao quase eclipse total, aí estão eles todos felizes com o sr. Macron, que gosta muito de se por em bicos de pés para falar no eixo-franco-alemão como motor económico da Europa e da sua anémica União Europeia, ignorando todos os seus outros parceiros que pouco ou nada conta politicamente para o próprio sr. Macron.

É com políticos desta qualidade, muito longe da envergadura política de um sr. Helmut Kohl ou do sr. François Mitterrand, que a União Europeia não passa de uma parceria anémica sem outro rumo que não seja ir a reboque dos “falcões” americanos, distribuindo internamente moeda e créditos ao sabor dos mercados.

O centro político que ganha eleições é onde germinam as sementes que criam políticos híbridos, que tal como quando na agricultura quando se lançam à terra sementes híbridas estas nunca reproduzem de novo bons produtos. É o que temos, ou como um dia disse o sr. Guterres, é a vida.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.