segunda-feira, 18 de abril de 2022

22.04.03

 


6H40. Primeiro domingo do mês de Abril. Olha o tempo no telemóvel, que o informa da temperatura no exterior, 1 grau num céu limpo de nuvens. Pela janela do quarto confirma o céu isento de nuvens a leste. Pelos ramos da velha oliveira sente o vento fraco. Ontem os ramos nem mexiam, pelo que hoje estará mais desagradável que ontem. É domingo, tem de acabar de limpar o quintal mas habituou-se a nada fazer neste dia, a deixar para segunda. Apenas tem de preparar o seu almoço, dobrada com feijão branco à maneira da sua mãe. Comprou-a no renovado Intermarché de Idanha-a-Nova, pois já há bastante tempo que andava com saudades de uma dobrada com feijão branco. Doença das vacas loucas? Há outras doenças e loucuras humanas bem piores. E, já comeu tanta porcaria que tem de acreditar no controle sanitário dos animais, caso contrário corre o risco de enlouquecer mais depressa do que lhe está acontecendo. Irá depois a Zarza Lá Mayor abastecer de gasóleo a sua charrete e passar por Segura, terra do seu pai e avós, onde sempre gosta de ir.

Lá longe as danças da política irão continuar. Nuns sítios mais de ataques verbais, noutros como na Ucrânia mas também no Iémene, na Síria e Palestina de ataques mortíferos de bombas, mísseis, tiros, minas e tudo o mais que o ser humano desenvolve tecnologicamente para os "senhores da guerra" se extasiarem com os ganhos financeiros das mesmas, indiferentes que são todos, ao sofrimento do povo anónimo, armado ou não, onde as crianças, os velhos e as mulheres são em todos os lugares onde haja guerras as que mais sofrem, sejam loiras de olhos azuis e pele branquinha, ou morenas de cabelo preto e olhos amendoados, são sempre e em todas os lugares as que mais sofrem com as malditas guerras.

Para terminar, sabendo que as condições de vida nos dois países transfronteiriços não se pode comparar de forma simples e linear, o gasóleo-max em Zarza La Mayor ficou-lhe a 1,74€ o litro. O desconto dos 0,20E por litro, que alguns vozes diziam ser coisa do 1 de Abril, é na verdade um desconto abatido no ato do pagamento, ou seja é um desconto direto ao consumidor. Como é que depois acertam as contas não sei nem faço ideia, podendo ocorrer que o Governo de Espanha esteja a suportar com o seu orçamento o benefício dos portugueses transfronteiriços que vão abastecer a lado de lá.

Já que andava por Segura lembrou-se de ir observar se a famosa obra sempre prometida da praia fluvial nas margens do Rio Erges estava em marcha, chegada que foi a Primavera com o Verão a espreitar lá mais adiante. Confirmou o que já esperava, a famosa praia anunciada na campanha eleitoral autárquica com maqueta elaborada por um gabinete especialista de Lisboa, não é ainda para este ano, talvez uns anos lá mais para a frente. Se a margem do lado da Extremadura tivesse as condições que a margem em Segura apresenta a praia fluvial seria há muito uma realidade.

Junto à Ponte internacional sobre o Rio Erges que liga os dois países, ao ver o pequeno placar “Manutenção Rota Via da Estrela - Idanha a Nova” andou um pouco no caminho e deparou-se com outro placar bem maior todo ele escrito em castelhano já que elaborado pelo “Gobierno de Extremadura” e “Taejo Internacional”. Placar que respeitava a um financiamento europeu para melhorias no Rio Erges. Numa obra cujo custo total foi de 32.065,19€ o Goberno da Extremadura foi buscar à U.E. 24.048,89€. Pequenas obras que nos dizem que do lado de lá se trabalha sobre as condições do Rio Erges e como o mesmo é pertença dos dois países lá estava o placar do Gobierno de Extremadura na margem portuguesa do rio.

A “Rota Via da Estrela”, será o caminho de Cáceres a Viseu, aproveitando a antiga estrada romana de Mérida a Braga e que os peregrinos devotos do apóstolo Santiago del Mayor percorriam até Santiago de Compostela. Uma rota, um tema com um interesse cultural turístico crescente com potencialidades a desenvolver se houvesse ou houver vontade. Mas como a mesma entra em Portugal por Segura pela Ponte cujos alicerces, e só estes, são romanos a sua divulgação limita-se ao pequeno placar. Se a manutenção e divulgação for proporcional ao tamanho do placar… os peregrinos serão nenhuns.

Pelo menos o placar indicativo da “Rota Via da Estrela” junto ao cemitério da Zebreira é bem maior, mas parece-lhe que é o único lá existente, longe das vistas de quem passa pela Zebreira.

O número crescente de jovens e seniores que todos os anos fazem os “caminhos de Santiago” como os antigos peregrinos, parece-lhe que não tem sido um tema de interesse no Município. Contudo com a formação da nova associação para o turismo transfronteiriço pode ser que se olhe para este tema e se trabalhe nas infraestruturas que não existem e tão necessárias são aos peregrinos, antes de se divulgar o mesmo em apresentações, briefings e publicações em revistas e redes sociais.

O Centro Interpretativo da Biodiversidade – Terras de Idanha, continuava fechado com varias famílias a pararem na ponte para tirarem as respetivas fotografias.


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