quinta-feira, 21 de abril de 2022

22.04.20



 

Quarta feira, dia vinte do mês de Abril, foi almoçar com um velho amigo, que um dia há cinquenta anos foi seu superior na guerra em que participaram a mando do então governo ditatorial português. O amigo como capitão miliciano. Ele como alferes miliciano. Enquanto viajava no comboio ao encontro do amigo tentava não se esquecer das perguntas que lhe gostava de fazer, sobre aqueles dois anos que viveram na guerra.

Durante a conversa tentou mas viu que a amigo antigo capitão ou não se lembrava ou não estava interessado em recordar esses tempos, esses acontecimentos vividos nas matas angolanas.

No final do almoço, o amigo acompanhou-o até à entrada do Metro. Quando se despediram ele decidiu não descer as escadas e começou a andar pela Avenida Almirante Reis em direção à Praça do Chile. Queria observar se a clínica onde aos cinco anos foi operado às amígdalas e ao nariz ainda existia. Tirou a máquina fotográfica da mochila que transportava a tiracolo. Na Praça procurou o melhor ângulo para fotografar o prédio onde já não consta o placar do anúncio da clínica. Do outro lado da Praça quase em frente ao outro prédio continua o esqueleto abandonado do antigo edifício onde chegou a ir fazer o Rx aos pulmões. Mais um edifícios público abandonado ou já negociado com alguma entidade privada. Tem a ideia de ter lido que ali iam construir mais um hotel. Já há tantos na cidade mas continuam a haver mais projetos de investimento para mais construção.

Continuou a andar pela Avenida Almirante Reis na direção da Alameda D. Afonso Henriques. Olhou o edifício do antigo cinema Império onde tantos filmes viu, mas há muito transformado num centro de difusão da seita religiosa IURD. Sente pena que a cidade ao transformar-se adaptando-se aos novos tempos perca os seus edifícios, antigos cinemas.

Depois desceu para o Metro para regressar a casa. Na estação do Oriente ainda pensou em entrar no Centro Comercial Vasco da Gama. Olhou o relógio e o horário do próximo comboio e desistiu do Centro Comercial.

Na viagem de comboio começou a escrever no seu telemóvel. Chegou a casa passou o que tinha escrito para o computador. Terminou de escrever. Leu e emendou erros e imprimiu.

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