quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

22.01.13


 Votar não é só um direito. É antes de tudo um dever de educação cívica.

Irei votar mesmo sem ter dado um minuto de atenção aos políticos que aceitaram participar nos debates televisivos. Dez ou doze minutos não dá tempo de debater coisas sérias e importantes para o futuro, cada dia mais incerto. Mais uma vez os novos donos disto tudo impuseram a sua vontade aos políticos. Aos seus protegidos convinha esse intervalo de tempo para a arruaça, para as falsas promessas. Aos outros não restou outra alternativa senão participarem no confronto não de ideias mas de golpes, mentiras e promessas chamadas de populistas.

No dia 30 não iremos escolher diretamente um Primeiro Ministro, desenganem-se. No dia 30 iremos escolher os deputados dos partidos políticos para a Assembleia da República e nada mais diretamente.

No nosso sistema regido pela Constituição votamos diretamente para a eleição do Presidente da República, para a Assembleia da República e para os Órgãos das Autarquias. Nunca votamos diretamente num Primeiro Ministro.

A indigitação do Primeiro Ministro ao Presidente da República cabe à maioria parlamentar que exista na Assembleia da República e nunca diretamente pelo voto direto do cidadão. Foi assim que o político António Costa chegou a Primeiro Ministro, isto é, liderando o seu partido às eleições de presumível ganhador o PS perdeu as eleições, caiu no ringue do combate político e não sofreu KO porque outros partidos considerados por alguns de esquerda extremista e outros de esquerda caviar, num golpe de teatro mas constitucional face ao preceituado na Constituição, não só lhe deram a mão como confiaram que seria o PS melhor solução do que a neoliberal Aliança que tinha obtido mais votos sem maioria na eleição então ocorrida.

Mais uma vez, dia 30, todos os cenários são possíveis. Não nos faltam exemplos na nossa Europa de Governos de alianças e acordos partidários em que por vezes o Chefe do Governo não pertence ao partido político mais votado, antes resultante de acordos parlamentares.

O que estará em causa é a defesa do nosso pobre Estado Social e pouco mais. Que irá fazer o novo Governo com o SNS, com Educação Pública, com a CGD, com a TAP, com a CP, com a EFACEC, com a Exploração do Lítio etc etc.

Não nos faltam exemplos das aldrabices, das mentiras que nos impingiram com as privatizações da EDP, da REN, da GALP que privatizada nos asfixiam o nosso orçamento familiar; a privatização da PORTUGAL TELECOM que deixou de investir na investigação para em mercado de oligopólio com as outras duas empresas nos fornecerem as comunicações mais caras da Europa; o mesmo com a privatização dos CTT cuja privatização em nada contribuiu para melhorar a vida dos cidadãos. E muitos outros exemplos temos infelizmente da aplicação das teorias liberais e neoliberais que nos têm governado.

A Política é uma coisa séria que não se resume a discussão de tasca televisionada, nem pode ser analisada e discutida como se os partidos fossem clubes de futebol ou mesmo desportivos.

Nesta eleição do dia 30 podemos com o nosso voto em urna condicionar a escolha e indigitação que os deputados eleitos para a Assembleia da República irão fazer.

VOTAR é pois um dever, uma obrigação cívica de Liberdade.

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