segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Em 21 comecei mas em 22 terminei






 (começado em 2021)

A Política e o Estado.

Os políticos e os funcionários públicos do Estado. Fui funcionário do Estado apenas e só durante trinta e nove meses que foi o tempo em que cumpri o serviço militar obrigatório.

A estratégia política implementada pelas forças políticas ao longo dos anos após 25 de Abril, ao procurarem anular o Estado corporativista de Salazar e Caetano não só não o destruíram como abriram caminho à desresponsabilização do próprio Estado.

Os partidos políticos que nos têm governado quer no poder central quer nas autarquias (pequenos poderes) criaram um máquina trituradora que em muitos casos se pode identificar como um "super aspirador de alta voltagem" dos recursos gerados pela fraca economia quer no país como um todo, quer nas regiões onde o "pequeno poder" se afirmou como máquina empregadora de familiares, militantes, simpatizantes, conhecidos amigos e afilhados. Em muitas das autarquias do país a população diminuiu mas "o pequeno poder" instalado não para de aumentar o número dos seus empregados funcionários para a manutenção da sua importância eleitoral, assim como do próprio ego presidencial que tantas vezes se julgam acima da Lei. Neste "pequeno poder" estão representadas todas as formações políticas que conhecemos com representatividade eleitoral e regional. As exceções são isso mesmo, exceções e raras.

Contudo, a maior responsabilidade no estado a que o Estado chegou tem nos políticos do poder central PS, PSD e CDS os grandes obreiros da desresponsabilidade do próprio Estado perante os anónimos cidadãos contribuintes.

Já perdi o conto aos governos que paulatinamente depois de eleitos nos apresentam planos e projetos para diminuição do número de funcionários, como se fossem os funcionários os únicos culpados do estado em que o nosso Estado se encontra. Para implementação desses planos-promessas os que nos governam arranjam processos vários para forçar a saída de funcionários do quadro, quase sempre os mais incómodos ou de mais fracos rendimentos sem olharem à importância que as suas tarefas tem no seio da sociedade, porque o que lhes interessa é a obtenção de rácios para Bruxelas aplaudir, exigindo os liberais de lá, sempre mais e mais rácios que representam mais e mais cortes na pobre estrutura do nosso pobre Estado Social. Saem da estrutura funcionários que se cansaram do desrespeito político pelo seu trabalho ao mesmo tempo que Ministros, Secretários de Estado e Diretores-Gerais de nomeação política, vão admitindo sob o designado “recibo verde” e ou através das famigeradas empresas de trabalho temporário, os seus familiares, amigos e conhecidos políticos, muitas vezes sem curriculum nem experiência com remunerações contratuais ofensivas para os outros funcionários públicos que levam anos de trabalho não só de saber fazer como de saber decidir sem que a sua situação seja revista. Diminuem os funcionários do Estado mas aumenta a despesas com o pessoal sem que os funcionários que resistem tenham a sua situação remuneratória revista. Tudo pela via dos contratados familiares, amigos e jovens das estruturas das juventudes partidárias.

A célebre "cunha" da pequena corrupção salazarista transversal ao Estado Corporativista de Salazar-Caetano como que se democratizou e qual vírus infeccioso continua a expandir-se em progressão geométrica nas estruturas do sector público e empresarial do Estado, tomando várias formas, consoante os políticos que nos têm governado, sempre com palavras redondas de novos planos de múltiplas saídas e de tristes resultados.

Felizmente, quer na Saúde pública , quer na Educação pública e em todos os Organismos do Estado, ainda há muitos excelentes funcionários que indiferentes às asneiras, às injustiças, às sacanices cometidas pelos governantes e seus nomeados agentes, continuam zelosamente a exercer a sua função de funcionários públicos para bem dos cidadãos em geral.

Paulatinamente os partidos que nos têm governado depois do vitorioso vinte e cinco invernoso, criaram a máquina infernal que hoje usufruímos, que há muito deixou de respeitar os cidadãos para agora obrigarem os mesmos cidadãos a recorrerem à frieza da tecnologia de informação quando necessitamos de esclarecer alguma dúvida, algum assunto. Se ainda há bem pouco tempo quando nos dirigíamos a uma repartição publica na esperança de resolver um problema, saíamos de lá sem o problema resolvido e com mais dois ou três problemas, agora por vezes só nos resta a solução de dar um murro no telemóvel ou no tablete ou um pontapé no computador acompanhado de um chorrilho de nomes aos filhos da outra que com paleio de puta nos convencem que defendem o Estado Social modelo Europeu e nos põem possessos a olhar para ecrãs tão frios que só criam revolta.

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