151118
Cansado
de tanto ouvir falar num tipo que há muito risquei do meu
dicionário, não percebo o espaço televisivo que lhe é dedicado,
ou talvez perceba mas não queira acreditar…
Outro
processo corre na justiça que também envolve gente do futebol
acusada de “corrupção activa e passiva” mas as notícias sobre
este processo passam entre os pingos do silêncio, com os
jornalistas a darem mostras de terem até medo em noticiarem o caso.
Mas
isto são “fait divers”, Setúbal e as OGMA são bem mais
importantes para o país, infelizmente de forma negativa.
Não
vou discutir a justeza da luta dos estivadores do Porto de Setúbal,
que esta coisa de serem eternamente precários não pode agradar a
quem trabalha ou trabalhou sempre por conta de outrem. O Governo
acordou tarde para o problema, aflito talvez por ter verificado que
as viaturas no cais não contam para os números das exportações.
FOB é no navio não no cais. Mas o que se passa no Porto de Setúbal
é mais um exemplo da falta de visão estratégica dos diversos
governos. Ouvi entrevistas radiofónicas do anterior director geral
da Autoeuropa, onde ele falava da necessidade urgente da empresa ter
acesso à ferrovia não só para escoamento das viaturas acabadas
como também para o fornecimento das peças necessárias ao seu
funcionamento. E Sines fica ali tão perto… sem problemas de
assoreamento como o Rio Sado apresenta...
Mas
os nossos políticos governantes não gostam do comboio, tem alergia
à ferrovia, gostam mais do betão e de acudirem aos presumíveis
ladrões da alta finança.
Já
as OGMA enquanto empresa pública, foram sempre um Centro de
excelência na manutenção de aeronaves. Muitos dos operários
especializados que deram nome à Manutenção da TAP ali se formaram
e aprenderam o ofício. Mas, sempre tivemos ministros interessados em
desmantelar o erário público. Uns mais activos outros mais
passivos, foram estrangulado a actividade da empresa até que lá
apareceu “o milagre” da privatização. No passado domingo
vivemos o filme de terror de um avião da Air Astana a andar no céu
descontrolado, depois de o mesmo ter sido submetido a revisão
rigorosa na empresa. Felizmente com a ajuda preciosa dos pilotos da
Força Aérea o filme acabou sem danos pessoais. Hoje a empresa é
acusada de ser a responsável pelo que aconteceu ao avião, que
parece não poder voltar a voar face aos danos sofridos, coisa
impensável não há muitos anos quando as OGMA eram uma entidade
publica.
Que
futuro guardará o accionista Embraer para as OGMA depois deste
incidente?
Por
fim uma palavra de apreço para a capacidade demonstrada pelos
pilotos da Força Aérea.
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