quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Cenas tristes


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Cansado de tanto ouvir falar num tipo que há muito risquei do meu dicionário, não percebo o espaço televisivo que lhe é dedicado, ou talvez perceba mas não queira acreditar…

Outro processo corre na justiça que também envolve gente do futebol acusada de “corrupção activa e passiva” mas as notícias sobre este processo passam entre os pingos do silêncio, com os jornalistas a darem mostras de terem até medo em noticiarem o caso.

Mas isto são “fait divers”, Setúbal e as OGMA são bem mais importantes para o país, infelizmente de forma negativa.
Não vou discutir a justeza da luta dos estivadores do Porto de Setúbal, que esta coisa de serem eternamente precários não pode agradar a quem trabalha ou trabalhou sempre por conta de outrem. O Governo acordou tarde para o problema, aflito talvez por ter verificado que as viaturas no cais não contam para os números das exportações. FOB é no navio não no cais. Mas o que se passa no Porto de Setúbal é mais um exemplo da falta de visão estratégica dos diversos governos. Ouvi entrevistas radiofónicas do anterior director geral da Autoeuropa, onde ele falava da necessidade urgente da empresa ter acesso à ferrovia não só para escoamento das viaturas acabadas como também para o fornecimento das peças necessárias ao seu funcionamento. E Sines fica ali tão perto… sem problemas de assoreamento como o Rio Sado apresenta...
Mas os nossos políticos governantes não gostam do comboio, tem alergia à ferrovia, gostam mais do betão e de acudirem aos presumíveis ladrões da alta finança.

Já as OGMA enquanto empresa pública, foram sempre um Centro de excelência na manutenção de aeronaves. Muitos dos operários especializados que deram nome à Manutenção da TAP ali se formaram e aprenderam o ofício. Mas, sempre tivemos ministros interessados em desmantelar o erário público. Uns mais activos outros mais passivos, foram estrangulado a actividade da empresa até que lá apareceu “o milagre” da privatização. No passado domingo vivemos o filme de terror de um avião da Air Astana a andar no céu descontrolado, depois de o mesmo ter sido submetido a revisão rigorosa na empresa. Felizmente com a ajuda preciosa dos pilotos da Força Aérea o filme acabou sem danos pessoais. Hoje a empresa é acusada de ser a responsável pelo que aconteceu ao avião, que parece não poder voltar a voar face aos danos sofridos, coisa impensável não há muitos anos quando as OGMA eram uma entidade publica.
Que futuro guardará o accionista Embraer para as OGMA depois deste incidente?

Por fim uma palavra de apreço para a capacidade demonstrada pelos pilotos da Força Aérea.

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