O negócio do futebol é uma bolha
que quando der o berro, não vai haver dinheiro limpo para salvar a
banca das imparidades.
Até
lá discutimos, quase sempre como fanáticos, mais os erros dos
árbitros no campo, e na célebre salinha no Jamor, do que o futebol
propriamente dito.
Foram
precisas duas jornadas para que em dois jogos com as equipas maiores
do nosso futebol o triste espectáculo chamasse para cima da mesa, a
discussão do templo útil de jogo jogado em Portugal. Penso eu de
que, se no futebol português o relógio contasse o tempo útil, quer o
jogo do Bessa, quer do Bonfim, seriam precisas umas boas horas de
jogo para se chegar aos 90 minutos.
Esta
situação vem de longe e pretende-se com a própria organização do
futebol quer do altamente profissional quer do futebol
amador-profissional. Culpados existem, mais do que os jogadores serão
os treinadores, e estruturas clubísticas que sem meios para a disputa
leal e aberta dos seus jogadores, fomentam e cultivam a falta, e a
sua simulação, para desse modo interromperem o maior poder
técnico-táctico e individual do adversário. Depois lá estão os
comentadores oficiais, e oficiosos, encartados ou não, dos
chamados grandes, para falarem de tudo menos do futebol.
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