sábado, 1 de dezembro de 2018

1 de Dezembro


Ao ver hoje o Presidente da República a fazer publicidade à acção de recolha de alimentos para o Banco Alimentar, sempre com aquela conversa da solidariedade para com os desprotegidos da sorte, fez-me lembrar as senhoras, que por acaso ou não, eram próximas de sua família, nos tempos em que a juventude era obrigada a participar numa guerra em África, inglória para todos. Falo das senhoras do Movimento Nacional Feminino, nas suas intervenções junto dos soldados e transmitidas depois como exemplos de solidariedade das senhoras da alta sociedade para com os bravos soldados, que desprotegidos da sorte davam a vida pela Pátria. Já os seus meninos ou ficavam livres do serviço militar, ou quando o cumpriam mesmo no dito Ultramar, tinham quase sempre uma boa especialidade, um militar de alta patente como padrinho para que o menino não tivesse que comer e beber junto dos tais desprotegidos da sorte, que depois das fotos para a propaganda, eram brutos e incultos.
O Sr. Presidente dá mostras do desgaste que os anos de mandato presidencial sempre provocam. Pois já esta semana numa das suas emissões opinativas, veio com a história de que os órgãos de comunicação social deveriam merecer uma atenção por parte do Estado. Isto é, o Sr. Presidente não esquecendo que o próprio é numa parte importante, um produto televisivo, está a pedir para os seus amigos, uns benefícios fiscais, ou uns subsídios fora do alcance dos fiscais de Bruxelas. Não lhe fica nada bem essas insinuações para benefício dos amigos. Como se a lei do mercado para eles não fosse a mesma que para o pequeno empresário agrícola ou industrial. Em vez de pedir, poderia fomentar a discussão do porquê da crise que os órgãos de comunicação televisiva e escrita estão a atravessar, com tantas dificuldades económicas e financeiras.
Eu gosto de ler Sr. Presidente mas já não me lembro de quando comprei o último jornal. Mas não substitui o jornal pelas ditas redes na net. Simplesmente não me atraem. Estarei a ser inculto por deixar de comprar jornais?
Para acabar, o Sr. Presidente continua a dar uma imagem de solidário com os mais pobres, desde que envolva quase sempre organizações religiosas, mas não têm uma palavra solidária para com os antigos combatentes que vagueiam pelas cidades sem eira nem beira, aqueles de quem as senhoras suas conhecidas se serviam para propagandear um Portugal do Minho até Timor que na verdade nunca passou de mais um mito criado por políticos com a bênção da igreja católica apostólica romana.
Viva o 1º de Dezembro! Viva o povo anónimo português!!

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