Ao
décimo segundo dia tudo parece igual no meu circuito matinal, que
hoje ocorreu cerca de meia hora mais tarde do que é habitual. A
calma predomina. Os centros logísticos registam a sua actividade
normal deste estado anormal de emergência. O comboio rápido também
chamado de Intercidades que antes seguia para a Guarda passou rápido
e ao passar apenas com três composições pareceu-me que apenas
levava o maquinista e algum possível revisor.
As
nuvens hoje mais baixas dão a esperança que alguma chuva possa cair
para além dos pingos que a espaço caem desamparados nos relvados
abandonados secos e ávidos de água.
Chegado
a casa ao pequeno almoço vejo na televisão a cena do controle
policial em Pina Manique à entrada de Lisboa mas com posteriores
saídas quer para a Ponte 25 de Abril, para a Ponte Vasco da Gama e
A1 Auto-Estrada do Norte ou A8 Auto-Estrada do Oeste. Ao ver algumas
caras de automobilistas fico a pensar se haverá ainda tanta gente,
tantos casais a trabalharem na cidade ou quantos seriam os “xicos
espertos” da distinta classe média a tentar iludir a vigilância
policial para poderem ir cumprir a tradição de passarem a Páscoa
na santa terrinha. Dúvidas e apenas isso.
Ouvindo
na Antena1 "O amor É..."
Como
eu gosto de os ouvir e me tocam tantas vezes as
palavras que o professor
Júlio Machado Vaz diz. Impressionante é verdade. Eu que continuo a
ter muitas e mais dúvidas com o avançar da idade.
Influenciado
pelas imagens da nossa classe média na Ponte 25 de Abril e, por há
muito não me identificar como mais um elemento-cidadão integrante
desse grande rebanho, dessa grande manada e não menos grande
alcateia, prefiro
continuar a ser na minha condição de navegar e andar pela outra
margem simplesmente um pequeno burguês que gosta apesar de tudo de
viver e ir observando e vivendo as coisas boas que se podem degustar
nesta caminhada. Influenciado
por tais imagens de “xicos espertos”
juntei aos livros que ando a ler em simultâneo a obra adquirida em
mais um antigo aniversário (1977) e de seu título "O Conde
D'Abranhos"
do nosso enorme Eça de Queiroz. Depois de almoçarmos
iremos ao cinema vendo e revendo os dvd's que estavam guardados e
esquecidos. Ler, ver filmes em dvd ou não, é uma das boas maneiras
de não dar tempo de antena aos trogloditas e necrófagos
televisivos que
tanto se excitam com as desgraças e mortes provocadas pelo monstro
invisível do fdp covid-19.
“Felizmente
Há Luar”, escreveu Luís de Sstau Monteiro, devendo existir uma
gravação da peça de teatro nos arquivos da RTP que poderiam
retransmitir mas, também a estação pública tem lá gente que
gosta de seguir a moda dos canais privados e ignora o papel de
serviço público de estação pública de televisão, no
aconselhamento positivo dos seus ouvintes telespectadores.
É
o País que
temos e... o estado ao
que o Estado chegou.
Vamos
ter calma que a Vitória É Certa.
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