Estamos
no quinto dia. Já não posso ouvir falar do vírus, dos infectados
mais dos que infelizmente não resistem. Só mesmo em tempo de guerra
se morre e ninguém da família e amigos se despede na hora de descer
à cova ou ao entrar no crematório. Não tenho o culto da morte e
nem imagino o sofrimento de quem vê os seus acabarem esta viagem
desta forma. Não gosto de ver as estatísticas dos que já faleceram
por intervalos de idade. Sei que estou nos intervalos críticos. Os
69 não deixam grande margem. Procuro ter sorte e continuar a minha
fuga quer ao vírus quer à morte. Agora nem desço ou subo pelo
elevador, vamos pelas escadas. É só um terceiro andar e o subir até
faz bem à saúde embora seja mais fácil desce-las.
Hoje
na rua pelas sete da manhã
com um pouco mais de
movimento quer de viaturas, quer de possíveis trabalhadores a
caminho dos seus trabalhos. Continuo muito apreensivo ao que se se
irá passar com a economia. Não sou daqueles que pensam que à
economia o que é da economia e
à política o que é da política. Não, para mim todas as medidas
que se tomam em termos económicos refletem uma imagem um pensamento
político. Economia e Política
são dois gémeos siameses que vivem sempre unidos, não se podem
separar.
Depois
do pequeno almoço tomado a
ouvir as tristes e esperadas notícias sobre a situação quer no
país quer na Europa e Mundo comecei
a mexer nas plantas a
limpa-las,algumas a mudar de vaso e por fim a limpar as folhas e
caules combatendo a porcaria
da cochonilha que é uma
praga em algumas das plantas.
Apreensivo
mas não em pânico nem borrado de medo.
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