quarta-feira, 25 de março de 2020

Sétimo dia do resto das nossas vidas


E ao sétimo dia não chegou nenhuma mensagem, nenhum email ou qualquer outro sinal de que o Deus misericordioso está atento ao sofrimento que se espalha entre os humanos do seu rebanho terrestre. Apenas o Papa Francisco na sua solidão de homem só vai avisando e pedindo pelos mais fracos e desprotegidos, os trabalhadores.


Nem Cristo, nem Buda, Brahma, Vishnu, Shiva ou Maomé dão sinais de terem descido de novo à Terra para salvar os seus fiéis seguidores das garras do vírus, aconselhando-os a ficarem em casa reservando as saídas às estritamente necessárias sem nunca cumprimentar fisicamente familiares, amigos ou conhecidos.
Dirão outros que Deus nos deu o livre arbítrio para podermos ter as nossas opções de vida.
Indiferente às religiões, às crenças, aos fanatismos, aos especialistas da palavra, o vírus continua a sua vida seguindo o princípio bíblico de "crescei e multiplicai-vos", criando pânico em muitas famílias que ou sofrem a dor de perder os seus familiares os seus amigos e até conhecidos ou vivem aterrorizados com medo de serem infectados.
Contudo, porque tudo se desenrola à volta do vírus os políticos governantes seguem as opiniões e pareceres dos senhores da OMS, evitando assumir que estamos perante um problema grave de saúde pública como de igual modo envolvidos numa guerra biológica, devendo como tal chamar para a frente de batalha os militares formados e especialistas nas guerras biológicas.
Mas, no nosso reino desde que os militares revoltosos de Abril e Novembro entregaram de mão beijada o poder político executivo à sociedade civil, que os governantes desde então parecem ignorar ou ter medo da instituição militar, não só pelo desinvestimento contínuo, como pelo desprestígio com que a olham e tratam, não admirando pois o abandono a que antigos combatentes que sofrem do stress pós-traumático foram deixados, pelos governantes da democracia que sempre tomam posse jurando sobre a Constituição, para quase de imediato esquecerem o juramento. Alguns políticos deste reino fazem-me lembrar antigos combatentes valentões na palavra de que se apanhassem algum "turra" faziam e aconteciam, para ao caírem na primeira emboscada meterem a cabeça atrás de um árvore e a tremerem descarregarem o carregador sem olhar para onde.
Mas é o que temos e é com estes políticos governantes que temos de seguir lutando contra o evoluir do avanço do vírus.
Não entendo porque não se faz a requisição civil de alguns hospitais ou clínicas privadas para a realização dos testes que não provando tudo ajudariam a ter outra noção do problema bicudo cuja solução ainda nem no horizonte se vislumbra. Mas o partido que nos governa sempre gostou de encher os bolsos a alguns grupos empresariais privados da saúde e não só. Sempre preferiu o capital ao trabalho. Mexer nos interesses de capitalistas privados mesmo que em alturas de crise sempre foi, o partido, historicamente contra, sempre se inclinou mais em defender os interesses dessas famílias capitalistas do que propriamente do país, com a máquina da comunicação social privada e pública unida no meterem-nos medo com possíveis recessões económicas, com a fuga dos investidores estrangeiros etc. etc. Lembremos-nos como estamos a pagar com língua de palmo a não nacionalização dos bens da SLN dona dos bens criados pelo tsunami de vigarices dolosas escondidas que levaram à nacionalização do BPN e, agora mais recentemente a não nacionalização do NB-BES. O meter o passado histórico do partido na gaveta para acordar com os dois partidos da esquerda mais esquerda um acordo parlamentar foi apenas por ambição política do PM, não representando esse momento histórico uma viragem política no seu ADN partidário.
30 mil testes parece e é um número insuficiente a levantar-me dúvidas sobre a qualidade técnica do grupo ou conselho de técnicos que aconselham o PM. Espero que já estejam a chegar muitos mais testes que a guerra vai ser longa e dura. Tão dura que ninguém sabe nem imagina como será a vida na Terra no pós primeira guerra biológica mundial.
Amanhã, espero continuar a sair de manhã pelas sete para dar a minha volta com a minha amiga. Hoje passei a ponte para andar nos trilhos da beira rio. Encontrei não só antigos caminhantes e corredores madrugadores como várias caras novas de gente que estando retidos a trabalhar ou a estudar em casa aproveitam o renascer do dia para exercitarem o físico e a mente.
Amanhã será outro dia e logo se verá… sendo certo que o Sol irá nascer a leste...

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