sexta-feira, 27 de março de 2020

Nono dia do resto das nossas vidas


Como consequência do movimento de rotação do planeta o nono dia chegou como todos os dias anteriores e os seguintes hão-de vir.
Ainda há animais que ao mesmo tempo são seres humanos se fazem passar por crentes ou líderes religiosos que afirmam ser o Planeta plano em vez de redondo achatado nos polos. A essas bestas ignorantes e mal formadas com diria o padre Felicidade Alves "Deus na sua transcendência a todos quer bem" ou como outros disseram "perdoai-lhes Senhor que não sabem o que dizem."
Deixando estas questões religiosas para os especialistas nesses assuntos, voltemos ao nono dia da emergência declarada para fazer frente ao espalhar do vírus fdp.
Ao andar pelo meu circuito normal de todas as manhãs constato que hoje não é o meu dia. Devo ter acordado com os pés de fora pois sinto a raiva tomar conta de mim. Estado de espírito que nada tem a ver com os novos caminhantes e atletas que encontro dirigindo-se para os trilhos da beira rio. Seguem todos espaçados, poucos são os que seguem a par. A boa forma física e psíquica também é importante para se fazer frente ao vírus e como os ginásios estão todos fechados os trilhos da beira rio são a alternativa. Eu próprio sentia-me melhor quando fazia os 6 e 7 km pela manhã do que agora nesta volta dos 2 km mal medidos. Não foi e não é isso que me tira do sério abrindo janelas ao entrar da raiva. Não sou nenhum santinho mas porra não ando a correr do supermercado, para a farmácia e desta para a drogaria na esperança que esta possa estar aberta podendo comprar caso tenham lá, mais máscaras, mais álcool e mais o ressuscitado sabão azul, que tão mal fazia à pele de alguns para agora ser tão abençoado. Estou irritado com a quantidade de luvas usadas e abandonadas no chão, da quantidade de pequenos montes de merda que os lulus e outras amostras de cães fazem na via pública e nos secos relvados que vão existindo, sem que os porcos dos donos os apanhem e os coloquem depois do saquinho fechado nos contentores do lixo indiferenciado. Esgotaram o papel higiénico, sem que eu seja capaz de entender o porquê mas, não compram os saquinhos para apanharem a merda que os seus animais ditos de estimação fazem na via pública. Vou-me calar procurar mandar a raiva embora. Ouvir o FMI do Zé Mario acalma-me. Mas ando cansado de ouvir e ver tanto disparate, tanta falta de senso comum estando a maioria cagados de medo.
E hoje ao nono dia por aqui me fico.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.