domingo, 11 de fevereiro de 2024

13.01.24

 


O frio da tal vaga polar vinda da Islândia não parou por cá. Aos 4 ou 5 graus de ontem na lezíria temos hoje 10 graus.

Vivemos numa sociedade de ilusões onde o que conta é a aparência e o ter, a essência do ser é coisa do passado de gente mesquinha e implicativa que não se atualizou aos novos e modernos padrões de vida. Gente essa antiquada, mesmo bota de elástico, que ou não se adaptam à modernidade ou a recusam. Por mim não me enquadro em nenhum dos diversos grupos existentes sejam antiquados ou modernistas, estranhando também eu a notícia do ênfase dado à sexualidade do jovem primeiro ministro francês, em vez da matriz do seu pensamento ideológico, que medidas terá anunciado para procurar resolver os problemas e a vida dos cidadãos franceses já que em França a política europeia é levada pelo Presidente e esse é sobejamente conhecido, desde a primeira hora o defini com um placebo político. Nada do que o senhor, novo primeiro ministro, se propõem levar a cabo tem interesse para a moderna comunicação social, pois o que lhes interessa é que ele é moderno é atual, que só gente canhestra não vê a modernidade e ainda pensa que está no século XIX ou no tempo daquela coisa aberrante da luta de classes, gente antiquada, cabeças quadradas incapazes de compreenderem que agora a grande maioria é classe média graças ao capitalismo liberalista onde cada um para ser importante tem de mostrar sua sexualidade de forma livre sem vergonha nem tabus, o que a pessoa pensa da vida não importa, não interessa o importante é a modernidade da sua sexualidade a forma como se comporta nas suas intimidades afetivas.

Acabei à dias de ler o livro “Submissão” de Michel Houellebecq, para agora ao olhar da minha janela a forma como o rebanho caminha alegre e contente com a sua modernidade sem se importar com o pasto que lhe oferecem, sinto-me bem por me ter tresmalhado e não só caminhar na outra margem da vida, mas também por já levar com mais ou menos peso sobre os meus ombros setenta e três anos de vida, um tempo onde tantos acontecimentos extraordinários foram acontecendo no mundo que me rodeia mas também na minha própria vida. Embora tenha saudades do incerto futuro não irei pelo tempo que já acumulei assistir à decadência e subordinação final do atual modelo de vida dito europeu e ocidental.

O futuro já não me pertence, ele é dos jovens, resta-me a preocupação que carrego ao olhar o mundo exterior e imaginar a vida difícil que espera os meus netos e os vindouros pois o rebanho, onde não me enquadro, caminha alegre e despreocupado atrás de lideres falaciosos que com bonitas palavras e mais belas promessas nos levam para o abismo regressivo da civilização como a conhecemos e nos é descrito por historiadores do tempo passado.

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