terça-feira, 14 de dezembro de 2021

21.12.14

 

No tempo em que andei na apanha da azeitona resolvi que quando me chamassem de novo, iria comparecer para apanhar não uma mas as duas vacinas, a da gripe e a do covid-19. Mesmo não gostando de apanhar vacinas pelo respeito que os outros me merecem iria aceitar. Assim aconteceu. Ontem minutos antes da hora marcada compareci no local indicado e deixei que me injetassem os dois braços. No esquerdo a do covid-19 e no direito a da gripe. Quando a senhora enfermeira ao consultar os meus dados clínicos quis confirmar se 2018 tinha sido o ano da última vacina contra a gripe, disse-lhe que sim porque não gosto de vacinas e que tomo-a agora porque já estamos em Dezembro senão não a tomava pelo período normal de imunidade que a mesma nos dá.

De resto contrariamente ao que vejo por vezes anunciado nos telejornais tudo ali estava organizado e eficiente quer para os que tinham hora marcada quer para os que se apresentavam sem marcação prévia. Talvez menos gente do que nas anteriores tomas.

No regresso a casa relembrava esse ano de 2018 quando no mês de Abril na consulta hospitalar de controle ativo disse ao jovem médico urologista que tinha decidido ser operado, alertando-me de novo o jovem médico das consequências que poderiam advir da prostatectomia radical da próstata mesmo por laparoscopia. Estava decidido. Tinha consultado o que dizia o sitio do Instituto da Próstata e o melhor era ser operado do que continuar sem saber como estava a teia que a aranha peçonhente desenvolvia a cada momento. Começamos a tratar da papelada e dos exames para preparar a dita intervenção e no mês de Outubro fui na designação popular «à faca» por meio de três buracos no ventre. Foi no tirar dos pontos no Centro de Saúde que uma senhora enfermeira me conheceu e aproveitou dando-me a injeção da vacina da gripe e a ultima dose da do tétano.

Agora ao ver toda a organização daquele centro de vacinação penso nos custo que esta operação acarreta, sem contar com as vacinas, só nos custos da montagem logística. Depois lembro-me do quantos milhares de euros pagaram amigos que foram operados à próstata em clínicas privadas e eu calo-me pois o SNS nunca me cobrou um cêntimo quer da estadia quer das quatro horas que estive no bloco operatório a ser cuidado.

Sou por tudo o que conheci até hoje um defensor agradecido do SNS publico que deveria ter sido apadrinhado ao longo do tempo por aqueles que nos têm governado, o que infelizmente não aconteceu antes pelo contrário; governos do centro direita e do centro esquerda sempre o foram esvaziando de meios humanos e tecnológicos.

Mesmo assim enfraquecido se não fosse o SNS que ainda temos quantos portugueses, quantos cidadãos teriam morrido sem assistência alguma neste tempo de pandemia tão prolongado? Quantos beneficiários de apólices de seguro de doença teriam ficado sem assistência hospitalar quer pelos seguros não cobrirem a doença provocada pelo coronavírus, quer por não poderem pagar os altos preços que a medicina privada cobra nos cuidados intensivos prolongados?

Nunca me ouviram uma queixa, um criticar ou dizer mal do SNS, a maior conquista que Abril nos deu, maior até que a democracia que hoje ainda temos.

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