quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

21.12.16

Sou português. Como português sou europeu.

Serei porventura um rebento da abençoada lei ou imposição legal do Grande Marquês de Pombal ao acabar não só com três séculos de ditadura religiosa impiedosa, como com o término da proibição de casamentos entre os cristãos com os designados e segregados cristãos-novos.

Hoje quanto mais leio sobre os tempos negros que durante três séculos a Inquisição impôs ao Reino; os males profundos sem piedade, muitos deles irreversíveis, que o designado Santo Ofício infligiu ao Reino.

Quanto mais leio do que foi a história do povo judeu sefardita na Península Ibérica, mais longe de toda e qualquer religião ou seita religiosa me sinto, caminhando consciente na outra margem que escolhi para a travessia do deserto em que a vida das sociedades se vai transformando com a apologia sagrada do consumismo-individualista.

Nesse caminho de leituras pelo passado das civilizações, religiões e povos, quando entramos no presumível conhecimento dos primeiros anos do advento, da criação do cristianismo como religião de um só Deus transformando brutalmente a época clássica num tempo das trevas… olhamos de outro modo o mundo de agora que nos rodeia e onde estamos inseridos. A Fé religiosa que conhecíamos em nós se transforma na cruel realidade de que a mesma não passa da nossa própria imaginação, dos nossos medos e dos próprios desejos, que desde pequenos o sistema de sociedade vigente procurou formatar em cada uma das nossas cabeças racionais e pensantes.

O viver consciente das presumíveis mentiras que ouvimos e lemos como verdades indiscutíveis, ensinou-me a transformar muitas das minhas revoltas num sentir de estado de paz comigo mesmo, porque nesta existência de vida como a conhecemos, há sempre um outro lado das coisas, que o sentirmo-nos felizes ou infelizes apenas depende de como escolhermos olhar as coisas, que para podermos ganhar alguma coisa teremos de perder outra coisa, nada nos é dado sem contrapartida até porque somos seres duais 

 

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