domingo, 28 de janeiro de 2018

A Google e o Tejo
A notícia da vinda da Google para Portugal é uma boa notícia, pouco interessando onde a empresa irá instalar a sua base de trabalho, que segundo consta será à volta de quinhentos postos para trabalhadores qualificados.
Estranha é a posição do sr. Rui Rio ao questionar a localização do investimento, já como líder não empossado do partido com maior representação parlamentar. Tão estranha quanto mais o Sr. Rui Rio ocupou durante vários anos lugar nos Órgãos Sociais da Ordem dos Contabilistas Certificados e faz da sua profissão de gestor uma mais valia para se candidatar a futuro governante desta República à beira mar. Como não acredito que o gestor Rui Rio desconheça que são as empresas que escolhem o local onde se querem instalar, as suas declarações enquanto dirigente político mostram-no como um novo populista provinciano que só conhece o Porto e Lisboa e talvez as áreas de serviço que existem nas A1 entre Lisboa e o Porto. Começa mal e ainda não tomou posse, pelo que por este caminho não vai chegar vender só a alma ao diabo… é preciso muito mais…
Mas, a concretizar-se este investimento estrangeiro do gigante informático Google é mais um bom trabalho de uma equipa que tem como cabeça o Ministro da Economia, que vai fazendo o seu trabalho longe dos holofotes da comunicação social. No nosso país, talvez porque sempre vivemos em deficit orçamental, o Ministro das Finanças assume o papel principal logo a seguir ao Primeiro Ministro, mas se a economia cresce não se deve só à equipa das finanças publicas ou seja das engenharias financeiras da contabilidade publica ou das contas nacionais. Há muito mais gente que trabalha e vai levando a água ao seu moinho.
Mas, como não há bela sem senão, uma tragédia continua a do Rio Tejo. Se o Ministro da Economia nos trás boas notícias já o senhor Ministro do Ambiente é um zero à esquerda ou à direita da virgula tanto faz existir como não existir. Quando aparece nos ecrans televisivos nada adianta, aos costumes diz nada e a regra é o deixa andar que as águas da chuva logo arrastarão para longe os indícios das descargas poluentes que as empresas amigas(?) e não só, lançam no leito do rio. Se não chover, pedirá uns pareceres para publicar novas coimas, emitirá um despacho que enviará por e-mail aos seus subordinados e assim irá lavar as mãos em águas purificadas pelos últimos métodos da industria química.
Às vezes pergunto-me porque existe um Ministério designado do Ambiente, se governo após governo, os cursos dos nossos rios continuam a receber no seu leito toda a espécie de poluição. Acabaram os guardas rios que eram homens de poucas habilitações literárias mas que cuidavam melhor da natureza e do ambiente que os doutorados e mestrados que têm emprego garantido no tão triste Ministério.
Será que há alguém naquele ministério que se preocupa em pensar em fazer o levantamento dos prejuízos causados à economia ribeirinha do Rio Tejo. Ter de importar lampreia de França para manter a tradição no seu restaurante ribeirinho ao rio, não diz nada ao senhor Ministro? Não o preocupa?
Tanto falamos e falam no Ambiente os responsáveis políticos da União. Olho para trás e não vislumbro um Ministro do Ambiente que tenha deixado obra feita a bem da Natureza, do ambiente e do país, só interesses colaterais em negócios.
Triste o teu percurso ó Rio Tejo. Em Almaraz enchem-te de águas radioactivas na central nuclear que arrefeces, mas ao entrares em Portugal lá no distante Rosmaninhal até à foz no Bugio tão mal tens sido tratado quer pelas industrias, quer por populações que em ti descarregam toda a espécie de porcaria, matando-te lentamente. Como não hás-de tu de ir diminuindo o teu caudal...


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