A
vida na comunicação social quando ligo o radio ou a TV, quase
tudo roda à volta do futebol, à volta das eternas tragédias do
passado verão, das possíveis intrigas na coligação parlamentar e
agora também o lavar dos cestos no PPD/PSD ou só PSD. Lá de fora
repetem-se as imagens do frio e da neve que fustigam os “américas”
dos EUA e Canadá, temperadas com as historias e trapalhadas do
“louco” que diz governar os EUA. Deixe-mo-lo em sossego porque
isso já é dar-lhe muita importância.
Com
tanta neve até parece que por cá a chuva que tem caído mais a
norte acabou com a seca no interior centro e todo o sul do país.
Agora o tema da seca e as suas causas, já não produz dividendos
políticos, nem audiências.
A
juntar ao eternizar tendencioso dos incêndios metralham-nos com
imagens fortes de hospitais, que a serem verdadeiras são
revoltantes, servindo para inteligentemente os opositores do SNS
Serviço Nacional de Saúde Publico atacarem o Governo, como se este
fosse o único culpado da situação caótica das imagens. Em
contraditório o Governo faz passar imagens de hospitais visitados
onde tudo esta em ordem. Voltando às tristes imagens de caos na
enfermaria do Hospital de Faro, pergunto-me, o que seria daqueles
cidadãos se não tivéssemos um Serviço de Saúde Publico quase
gratuito? Como seriam tratados pelas companhias de seguros num Estado
liberal onde predomina a ideia de um Portugal com menos Estado?
Estariam onde? Claro que todos os cidadãos são iguais perante a lei
e merecem ser tratados com dignidade e igualdade pelos serviços
públicos, porém as imagens dizem-nos o contrario.
Quanto
ao futebol limito-me a ouvir procurando manter-me fora-de-jogo. Muito
dinheiro em jogo, muitos interesses fora das quatro linhas sem
inocentes nem anjinhos, onde o Rei há muito vai nu.
Tudo
serve para criar casos políticos que possam afectar a credibilidade
do político governante e com isso atingir o acordo parlamentar que
suporta o Governo. Claro que não fica bem a um cidadão que é
ministro pedir uma borla para assistir a um jogo futebol, quando um
dos seus secretário foi obrigado a pedir a demissão por ter aceite
o convite (borla) para ir assistir a um jogo da Selecção em Paris. O
facto não afecta a capacidade técnica do Ministro mas enfraqueceu a
sua imagem política.
A
eleição do futuro presidente ou dirigente máximo do PSD, ocupa a
nossa atenção e em especial os seus militantes. Para quem esta por
fora e não corre, o debate televisivo não trouxe nada de novo,
confirmando a velha máxima política que “os meus inimigos são
os do meu partido, os outros são meus adversários”; de registo
ainda o azedume que uma das partes em confronto tem ao 25 de Abril.
Os militantes lá saberão escolher o líder que querem, estou fora
dessa batalha.
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