sábado, 27 de janeiro de 2018



Depois das voltas matinais, desde ir ao pão ainda o sol despontam dos lados extremenhos, de comer as laranjas geladinhas apanhadas da árvore como aperitivo do pequeno almoço, acender a lareira para que o ar posso ser um tudo nada mais aconchegante, ouvir as notícias na rádio, que a televisão ainda não voltou a ser vista e ouvida desde que os senhores do poder executivo lá longe na cidade grande fizeram mais um negócio duvidoso de interesses poucos claros, designado como TDT. Olho o céu enquanto o computador arranca. Com a internet móvel ligo-me ao mundo, vejo as páginas dos jornais incluindo os ditos desportivos, mais por cusquice do que por fé religiosa por algum clube, já a tive mas também já a perdi há uns anos lá para trás. Arruma-se os ramos podados das árvores e outros colocam-se para depois se queimarem. E nestas lides chega a hora de preparar o almoço. Coisa simples comidas com o gosto que no campo ganham outro sabor.
Olho e saboreio a carne gulosa e saborosa que compro no talho de Idanha-a-Nova, e penso:
Se aquele homem do talho, onde gosto de comprar a carne e os enchidos. Aquele homem que se levanta ainda o dia não chegou, para preparar as coisas que vai procurar vender durante uma manhã, onde o tempo de espera por vender, um frango, meio quilo de carne é mais do que todo o tempo que os clientes demoram a comprar os seus produtos
Se aquele homem do talho ali passa as suas manhãs para depois de almoçar, ir trabalhar para a unidade de transformação que detém na zona industrial, até às cinco da tarde
Se aquele homem do talho, no final da tarde deixa a sua unidade de transformação para ir à sua quinta ver como está o gado, onde têm outros empregados
Se aquele homem do talho, que tudo o que vende no talho é de sua produção
Se aquele homem do talho que me vende carne de primeira, sempre saborosa e os enchidos à moda da região, são para o meu gosto, excelentes
Se aquele homem do talho, um pouco mais velho ou talvez um pouco mais novo, que eu, pensar sociológicamente e politicamente diferente de mim, como o poderei classificar?
Ah quem sou eu, pequeno burguês da cidade, para julgar ou classificar aquele homem do talho?
Nisto a minha sombra segreda-me, «deixa-te disso e saboreia o almoço que fizeste e tão bem te esta a saber, com o garfo da tua avó Jesus, o vinho regional tem alma e bebido nesse copo do século XIX...  aproveita e desfruta os bons momentos que a vida te vai concedendo que o sol de inverno brilha e aquece um pouco os corpos que o recebem»

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