segunda-feira, 29 de janeiro de 2018


Não sou contra tudo o que se vai fazendo de novo. Guardo para mim o poder não gostar, mas eu sou apenas eu, um ser que teima em pensar. Não sou saudosista, nem tão pouco fã de tudo o que hoje se diz serem tradições antigas, pois nem tudo o que era antigamente feito era bom ou de louvar, como disse não sou saudosista. Sendo um zero à esquerda e à direita da virgula em questões de arte e arquitectura, não vejo no património nacional por nós herdado o traço que tenha que ser seguido nos dias de hoje. Felizmente vive-se melhor hoje do que há quarenta anos atrás em quase todos os aspectos, embora não haja bela sem senão.
No início da obra questionei-me do porque ser ali o único lugar onde o foram construir. Logo ali onde existia a lagoa no Valcabeiro. Porque ali? A economia social é um bem, uma conquista da democracia e depois de feito a lagoa será apenas e só uma lembrança fotográfica e de alguns mais idosos habituados na dureza do verão ali procurarem água para os seus animais e para as suas hortas.
A Zebreira é uma terra de características diferentes de muitas outras. Normalmente todas as terras tem um largo onde pontifica a igreja e de lá partem muitas das ruas que as compõem. O largo da igreja é também na generalidade o largo principal das festas populares. Na Zebreira nada disso acontece, construíram a Igreja Matriz numa das pontas da povoação, longe da estrada nacional, do castelo e do chafariz publico, o largo da Igreja é hoje rodeado por casa carentes de vida onde os mortos mais abaixo são a sua companhia na esperança de uma outra vida melhor. O local das festas foi levado para terrenos já da Herdade do Soudo, fora da povoação e é por lá que hoje se concentram alguns dos bens sociais da população que resiste, luta e teima em aqui viver . E quando tudo parecia indicar que era por lá que a construção do Lar teria lugar, foi o mesmo efectuado numa outra ponta contraria da povoação. Não sou contra nem digo mal, pois até digo, bem haja a quem teve a ideia e lutou por ela, pois o meu pai e nós, até beneficiamos bastante da sua localização, a qual permitiu durante alguns anos a que o meu pai residente no lar pudesse ir quase todos os dias passar umas horas na sua casa à beira da estrada nacional.
E, o que era uma lagoa é hoje um bem social que a todos orgulha, pelo bem estar que trouxe não só a muitos dos idosos mas também aqueles que com o seu trabalho contribuem para o  bom nome da Instituição e da Zebreira ou Vila da Zebreira.

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