quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

22.06.29

 

Nada de novo para este recomeçar de dia. Na estrada raros são os carros que passam. É o momento dado para o nascer do Sol. O dia vai ser quente. Tem a manhã para voltar ao chão da Horta da Corona, onde os ladrões das oliveiras são muitos, dos muitos anos em que não foram cuidadas. A oliveira para o seu pai era uma árvore sagrada.

Quando se lembra do pai e do medo que ele tinha, que tudo isto ficasse ao abandono, sente-se um bom filho. Tem a casinha arranjada. Ao chão da Horta juntou agora o da Horta da Corona e leva os dois que foram do seu tio avô João Capelo (o da Balasca e a Eira). É certo que não os cultiva diretamente. Cedeu a sua utilização ao António de alcunha "Caga Cornos" que coloca lá as suas ovelhas e os cavalos, os lavra e semeia de pasto para os animais, olhando pela manutenção quer dos muros de pedra quer da eliminação das terríveis silvas.

Às vezes, nas madrugadas em que acorda sonha com projetos mas logo a sua sombra lhe lembra a idade e o seu desconhecimento das coisas agrícolas da região.

Hoje os ramos da oliveira não mexem, sinal que o vento ainda não acordou.

Como o dia vai aquecer, vai mais cedo passear a Sacha, para se despachar em e ir também mais cedo para o chão tratar das oliveiras que este ano parecem não ter azeitona. Com ele segue a sua companhia ausente.


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