quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

22.07.06

 

Voltou. Quer lembrar as ideias que à noite tinha. As mesmas esconderam-se. Procura-as e não as encontra.

As mentiras sobre a guerra continuam a desfilar nos ecrãs televisivos. Gente (comentadores) sem pinga de vergonha, menos de ética e moral, continuam ventrículos da voz do dono, do padrasto EUA-NATO.

Sorri, pois voltou a ouvir que as bombas do invasor russo só atingem instalações civis ucranianas, matando civis. Os militares ucranianos devem estar protegidos por uma força celestial desconhecida. Já os militares russos parecem que estão morrendo que nem tordos em época de caça. Passa à frente.

Ontem foi à Zarza La Mayor abastecer a sua carrinha. Sensivelmente a mesma quantidade de combustível custou-lhe mais 20€ do que no passado fim de Maio. É o famoso modelo de “democracia à Ocidente”, onde as leis do mercado são enviesadas pela ganância de "oligarcas-empreendedores" sem rosto, perante políticos que os cidadãos elegem na ilusão de que não se curvem submissos perante tais vampiros.

Sorri, a ideia voltou a sua memória “ram”.

Ao fim dos dez dias em que permaneceu no seu canto raiano, sem ouvir os noticiários da Antena1, sem sintonizar os canais televisivos RTP1, SIC e TVI, para bem da sua saúde mental, acabava de passar da A23 para a A1, quando olhou as horas e decidiu-se sintonizar a rádio Antena1 para ouvir as possíveis novidades, após estes dias em que esteve vivendo como ausente. Ouviu, consciente de que os problemas com a sua loucura silenciosa lhe chegam. Não precisa de mais doses de loucura, mas sintonizou o rádio do carro. Ouvindo, ficou a saber que vai haver uma moção de censura ao Governo colocada em cima da mesa pelos saudosistas ortodoxos dos tempos negros implementados pelo velho tirano de Santa Comba Dão. Ouviu depois, com atenção redobrada o tempo noticioso dado ao novo líder do maior partido de oposição ao atual governo. Ouviu e disse para a sua sombra: - o "cavaquismo-passista'' ressuscitou. Nada de novo se irá passar, neste pobre país. As ideias que trás o novo líder são as mesmas do passado. Pouco se poderá esperar de gente que tem como ideal político, os princípios do ressabiado novo-velho professor de finanças públicas desta Terceira República, cuja maior medida estruturante para o país nos seus dez anos de governação, alguns de maioria absoluta, como primeiro ministro, foi a alteração do nome da terra onde nasceu de Poço para Fonte de Boliqueime. Hoje, o novo líder e seus correligionários, revêm-se no mais recente e maior discípulo do cavaquismo. Nada de novo acrescentam, porque desejam governar unicamente para a destruição do pobre Estado Social ainda vigente. Tal como um tal "boy" (cavaquista) das juventudes, trabalhado que foi como gestor empresarial pelo maior lobista do nosso mercado, quase conseguiu implementar nos quatro anos mais negros que esta Terceira Republica conheceu. É este "antigo-boy" sem palavra, ex-primeiro ministro, o modelo, que a mando de forças ocultas fez cair um governo para lhe suceder, sendo por sua iniciativa mais troikano que as sanguessugas-vampiros da Troika. É certo que depois de despromovido após eleições livres, que ganhou por poucochinho não lhe permitindo continuar a vender o país aos abutres financeiros estrangeiros, foi tal personagem reconhecido como catedrático pelos amigos e apoiantes existentes na cátedra universitária publica. Mais um exemplo da consequente “nova ordem democrática” que há anos depois do 25 invernoso de Novembro tomou conta do país.

O país a acompanhar o pensamento que domina a classe política europeia, onde a a falta de transparência grassa entre os seus dirigentes; gente para os quais a ética e a moral passaram a ser coisas de gregos antigos e desatualizadas, face ao novo desenvolvimento do capitalismo selvagem vestido com fatos de alta costura para passar a imagem de capitalismo civilizado e moderno.

Mas, antes de passar à Antena2, ainda ouviu uma senhora que dizem ser ministra da agricultura falar sobre o problema da água no país. Sem ideias, limita-se a declamar o que lhe mandam dizer. Não se lembra nesta Terceira República de um Ministro da Agricultura que soubesse do assunto da terra, do ar e da água. Talvez a exceção tenha sido o Ministro nomeado pelo sr. Guterres, que comeu miolos de vaca, para mostrar do que sabia e não tinha medo. Cansado, esse sr. Ministro, bateu depois com a porta e foi tratar da sua vida profissional fora das intrigas e nomeações políticas. Também ele, pobre cidadão, anda cansado de Ministros da Agricultura que passam o tempo político a venderem milhões de € à disposição em fundos, para satisfação dos banqueiros e dos gestores das empresas de consultadoria especialistas em fazerem projetos em computador. Projetos quantas vezes megalómanos, de viabilidade futura duvidosa, mas que servem a propaganda política de autarcas, secretários e ministros. Quem manda na agricultura da U. E., são os grandes proprietários fundiários da Alemanha, da França e alguns de Itália. São eles através dos seus lobistas que mandam nas políticas da PAC, limitando-se o nosso Governo a transcrever as normas emanadas de Bruxelas e a nossa Ministra a fazer figura de ventrículo.

Passou à Antena2 e continuou a deslizar em direção ao dormitório arrabalde da cidade grande.


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